O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sancionou na terça (11) uma nova lei de defesa nacional que cria os chamados "comandos integrados de defesa", com objetivo de reunir, sob a mesma coordenação, grupos militares, órgãos do governo e forças civis.
Maduro anunciou que nova estrutura é para organizar o país contra qualquer ameaça, armada ou não. "Se nos fosse imposto, como República, como povo, o envolvimento em uma luta armada para defender este legado sagrado de nossos libertadores, estaríamos prontos para vencer, para triunfar por meio do patriotismo e da coragem", disse nesta terça-feira em um pronunciamento televisionado no Palácio de Miraflores, em Caracas.
Anúncio ocorre em meio a pressões militares e políticas dos Estados Unidos. Sem citar o país liderado por Donald Trump, Maduro classificou ações como "loucura imperial" e justificou que criação dos comandos visa desenvolver "nossa própria doutrina, de nosso conceito de desenvolvimento integral para a preservação da paz, de diferentes formas de luta, que um país deve escolher para ter seus direitos respeitados diante de 14 semanas de loucura imperial, nesta guerra psicológica permanente e fracassada".
Comandos integrados de defesa devem ser estruturados para iniciar os trabalhos de preparação, afirmou o líder chavista. Segundo Maduro, a lei faz parte da "doutrina bolivariana" de defesa, que visa salvaguardar a paz e o modelo político da Venezuela.
O grupo será mobilizado na manhã desta quarta-feira (12) e deverá permanecer de prontidão. "A partir deste momento, com a assinatura desta lei, todos os comandos integrados de defesa, que reúnem todas as instituições públicas do Estado venezuelano, as Forças Armadas e todo o poder popular, devem ser ativados nas primeiras horas desta manhã", declarou.
A nova lei foi criada em meio à chegada do porta-aviões USS Gerald R. Ford dos Estados Unidos, considerado o maior e mais moderno do mundo, na América Latina. Chegada da embarcação marca reforço significativo da presença militar dos EUA em suas operações de combate ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico.
Desde agosto, Washington mantém uma presença militar no Caribe, incluindo meia dúzia de navios de guerra, oficialmente para combater o narcotráfico destinado aos EUA.
A Venezuela considera essa operação dos EUA um pretexto para derrubar Maduro e se apoderar das reservas de petróleo do país.