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Um dos anos mais quentes

Ano de 2025 será o segundo ou terceiro mais quente | Foto: Andreas Weith/ Wikimedia Commons

Por José Henrique Mariante (Folhapress)

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, afirmou na quinta (6) que 2025 será o segundo ou terceiro ano mais quente da história. Segundo comunicado da agência, uma "sequência alarmante de temperaturas excepcionais" afeta o planeta.

Ainda que eventos climáticos extremos deixem pouca margem para dúvida, os termômetros são eloquentes: os últimos 11 anos, de 2015 a 2025, concentram os 11 registros anuais mais quentes de 176 anos de observação meteorológica; deste conjunto, as três temperaturas mais altas foram verificadas justamente nos últimos três anos.

Em 2025, até agosto, a temperatura média global está 1,4°C acima dos níveis pré-industriais, com uma margem de erro estatística de 0,12°C. A marca é ligeiramente inferior à do ano passado, recorde histórico, de 1,55°C, com margem de 0,13°C, que pela primeira vez superou o teto preferencial do Acordo de Paris, de 1,5°C.

"Esta sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta", declarou Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.

A meteorologista e António Guterres, secretário-geral da ONU, entregaram os dados durante a Cúpula de Líderes da COP30, em Belém. "Cada ano acima de 1,5 graus afetará as economias, aprofundará as desigualdades e causará danos irreversíveis", disse Guterres.

"Devemos agir agora, com grande rapidez e em grande escala, para tornar o excesso o menor, o mais curto e o mais seguro possível. E trazer as temperaturas de volta ao limite de 1,5°C antes do fim do século."

As concentrações de gases de efeito estufa e o aquecimento oceanos, que atingiram níveis recordes em 2024, continuaram a aumentar em 2025, relata a OMM. A extensão do gelo marinho do Ártico após o congelamento do inverno foi a menor já registrada, e a extensão do gelo marinho da Antártica ficou bem abaixo da média ao longo do ano.

A tendência de aumento do nível do mar a longo prazo continuou, apesar de uma pequena e temporária oscilação devido a fatores naturais, indica o relatório apresentado.