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Dois anos de guerra sem fim

Os dois anos dos ataques terroristas do Hamas no sul de Israel, relembrados nesta terça-feira (7), devem ser marcados por atos em homenagem às vítimas dos atentados e protestos pelo fim da guerra na Faixa de Gaza, que devastou o território e matou dezenas de milhares de palestinos.

Em Israel, houve uma cerimônia no kibutz Kfar Aza, que ainda aguarda o retorno de dois reféns, e no local onde ocorria o festival Nova, rave onde mais de 370 pessoas foram mortas e dezenas, sequestradas. Deve haver ainda um evento no kibutz Nir Oz, o mais afetado pelos ataques, e no Parque Hayarkon, em Tel Aviv.

Houve ainda manifestações em frente a casas de ministros e legisladores da coalizão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu por um acordo de reféns e o fim do conflito.

Apesar dos atos pontuais, não há expectativas de gestos formais do governo ou grandes cerimônias - de acordo com o calendário judaico, esta terça não marca os dois anos dos ataques, além de ser um feriado segundo a religião.

No deserto de Negev, onde ocorria a festa, dezenas de pessoas, incluindo parentes enlutados das vítimas, fizeram um minuto de silêncio às 6h29, horário exato em que o Hamas começou o ataque naquele 7 de outubro de 2023, que desencadearia o dia mais mortal de Israel e o pior ataque a judeus desde o Holocausto.

Houve homenagens em outros países.

Na Alemanha, mais de 1.000 cadeiras vazias foram posicionadas pela União de Estudantes Judeus da Alemanha em frente ao Portão de Brandemburgo, um dos principais cartões postais de Berlim, com fotos de reféns e assassinados durante os ataques. No Brasil, a ONG Rio de Paz posicionou imagens das vítimas na praia de Copacabana.

Protestos pró-Palestina também estão planejados em várias cidades nesta terça, apesar de pedidos de líderes políticos para que não houvesse manifestações do tipo na data. Estão na lista Sydney, Londres, Paris, Genebra, Atenas, Istambul e Estocolmo.

Na Holanda, ativistas jogaram tinta vermelha no Palácio Real de Amsterdã contra o prefeito da cidade, que proibiu uma manifestação pró-Palestina enquanto permitiu um evento pró-Israel.

Na Suécia, manifestantes deveriam receber de volta participantes da flotilha que levava ajuda humanitária a Gaza detidos por Tel Aviv e libertados nos últimos dias, incluindo a ativista Greta Thunberg.

Os atos são alvo de críticas e até de proibições, embora muitos de seus organizadores digam que as manifestações têm como objetivo denunciar a crise humanitária em Gaza e defender os palestinos.