Por Nelson de Sá (Folhapress)
O Ministério das Relações Exteriores da China divulgou os 26 líderes estrangeiros que, convidados pelo dirigente Xi Jinping, devem acompanhar o desfile militar na quarta (3), em Pequim. Entre eles, o russo Vladimir Putin, o norte-coreano Kim Jong-un e o indonésio Prabowo Subianto.
Também estão previstas as presenças da ex-presidente da República Dilma Rousseff, que hoje dirige o Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics; o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, e o embaixador Marcos Galvão.
A parada marca o 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Antifascista Mundial, que é como o país descreve a Segunda Guerra Mundial. Deve apresentar os mais recentes armamentos chineses.
A lista de convidados se concentra em líderes asiáticos, muitos dos quais viajam à China para participar também da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai, às vésperas do desfile. A entidade é voltada à segurança estratégica no continente.
Além deles, haverá representantes europeus, como o eslovaco Robert Fico, e de outras regiões, como o cubano Miguel Diaz-Canel, o zimbabuense Emmerson Mnangagwa, o iraniano Masoud Pezeshkian e o maldívio Mohamed Muizzu.
O ministro-assistente chinês do exterior, Hong Lei, procurou destacar na entrevista coletiva o número de chefes de Estado e de governo e sua "alta representatividade". O tema oficial é "Lembrando a História, Lembrando os Mártires, Valorizando a Paz e Criando o Futuro".
Segundo o think tank Brookings, de Washington, o desfile "é encenado em parte para lembrar o público internacional das contribuições e sacrifícios da China na guerra", e "a narrativa que o cerca tem a intenção de defender a ordem internacional imediata pós-guerra".
A divulgação dos nomes dos líderes foi precedida por um esforço do Japão para reduzir a presença no evento, segundo a agência Kyodo. Diplomatas teriam relatado contatos do governo nipônico com capitais europeias e asiáticas, argumentando que a comemoração tem viés antijaponês.
O porta-voz chinês Guo Jiakun reagiu dizendo que, "se o Japão realmente deseja superar questões históricas, deve confrontar e refletir sobre sua história de agressão e respeitar genuinamente os sentimentos do povo da China e de outras nações vítimas".