A Ucrânia lançou uma série de ataques com drones contra a Rússia neste domingo (24), dia em que Kiev completa 34 anos de independência da União Soviética e no momento em que os esforços diplomáticos para encerrar a guerra parecem estar perdendo força após uma cúpula no Alasca terminar sem acordos.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, pelo menos 95 drones ucranianos foram abatidos neste domingo, e um deles atingiu a Usina Nuclear de Kursk após ser interceptado, provocando um incêndio já extinto por bombeiros. Não houve registro de vítimas, e, segundo o órgão de fiscalização nuclear da ONU, os níveis de radiação perto da usina estão normais.
Enquanto isso, a Ucrânia informou que a Rússia a atacou durante a manhã com um míssil balístico e 72 drones Shahed de fabricação iraniana, dos quais a força aérea abateu 48. Um drone russo matou uma mulher de 47 anos na região leste de Dnipropetrovsk, afirmou o governador local.
"É assim que a Ucrânia ataca quando seus apelos por paz são ignorados", disse o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. "Hoje, tanto os Estados Unidos quanto a Europa concordam: a Ucrânia ainda não venceu completamente, mas certamente não perderá. A Ucrânia garantiu sua independência. A Ucrânia não é uma vítima, é uma lutadora."
O líder afirmou ainda que "o caminho mais eficaz" de acabar com a guerra seria uma reunião com seu homólogo russo, Vladimir Putin - possibilidade descartada pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, na última sexta (22).
Enquanto isso, o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, tem impedido de forma discreta a Ucrânia de usar sistemas de mísseis táticos do Exército de longo alcance, fabricados nos EUA, para atingir alvos dentro da Rússia. Esse método limita a capacidade de Kiev de empregar essas armas em sua defesa na guerra contra as forças de Moscou. A informação foi divulgada no sábado (23) pelo Wall Street Journal, que ouviu autoridades dos EUA.
Uma determinação do Departamento de Defesa dos EUA, que não foi anunciada, impediu a Ucrânia de disparar qualquer sistema de mísseis de longo alcance fabricado nos EUA contra alvos na Rússia desde o final de junho, segundo o jornal americano.
Em pelo menos uma ocasião, a Ucrânia tentou usar o Atacms, como é chamado o sistema, contra um alvo em território russo, mas foi a autorização foi negada. O Pentágono e autoridades ucranianas não comentaram o assunto.