Os EUA e a União Europeia firmaram na quinta (21) um acordo comercial estruturado, que manteve a tarifa de 15% dos EUA sobre a maioria das importações da UE, incluindo automóveis, produtos farmacêuticos, semicondutores e madeira, como já havia sido divulgado no acordo prévio em 27 de julho.
Em uma declaração conjunta de três páginas e meia, os dois lados listaram os compromissos assumidos, incluindo a promessa da UE de eliminar as tarifas sobre todos os produtos industriais dos EUA e de fornecer acesso preferencial ao mercado para uma ampla gama de frutos do mar e produtos agrícolas norte-americanos.
Já os EUA disseram que tomarão medidas para reduzir as atuais tarifas de 27,5% sobre carros e peças automotivas após o bloco europeu apresentar a legislação necessária para promulgar os cortes tarifários prometidos sobre os produtos norte-americanos, disse a declaração.
Além disso, o comunicado diz que a UE manteve o comprometimento de adquirir US$ 750 bilhões em GNL (gás natural liquefeito), petróleo e produtos de energia nuclear dos EUA, e mais US$ 40 bilhões adicionais em chips de inteligência artificial fabricados nos EUA. Ainda manteve a intenção de que as empresas da UE invistam mais US$ 600 bilhões em setores estratégicos dos EUA até 2028.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciaram o acordo em 27 de julho no luxuoso campo de golfe de Trump em Turnberry, na Escócia, após uma reunião de uma hora que se seguiu a meses de negociações.
Os dois líderes se reuniram novamente nesta semana como parte das negociações que visam acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia, e ambos elogiaram seu acordo comercial como uma conquista histórica. A declaração conjunta disse que o acordo pode ser expandido ao longo do tempo para cobrir áreas adicionais e melhorar ainda mais o acesso ao mercado.
Uma autoridade sênior do governo dos EUA, falando sob condição de anonimato porque não estava autorizada a falar publicamente, disse que as montadoras europeias poderiam ver alívio das atuais tarifas dos EUA dentro de "semanas". A declaração conjunta foi uma estratégia para responsabilizar um ao outro e garantir que ambos os lados cumpram as promessas anunciadas no mês passado, disse a autoridade. De acordo com a fonte, o objetivo dos EUA é pressionar a UE a regulamentar a redução de taxas, que foram prometidas aos norte-americanos na negociação.