Por:

Maduro reage à ação dos EUA

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que "nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela", em reação ao envio de navios de guerra dos Estados Unidos às águas do país. O discurso, transmitido pela televisão, ocorreu durante um evento com governadores e prefeitos na terça (19), em Caracas. O ministro da Justiça do país, Diosdado Cabello, também compareceu.

"Defendemos nossos mares, nossos céus e nossas terras. Nós os libertamos. Nós os guardamos e patrulhamos. Nenhum império tocará o solo sagrado da Venezuela, nem deve tocar o solo sagrado da América do Sul", afirmou Maduro.

Três destróieres americanos da classe Arleigh Burke, armados com sistemas antimíssil Aegis e mísseis de ataque, devem se aproximar da costa da Venezuela nesta semana como parte de um esforço para combater os cartéis de drogas da América Latina.

A notícia foi divulgada pela agência de notícias Reuters na segunda (18). Na terça (19), mesmo dia do discurso de Maduro, a porta-voz do governo americano, Karoline Leavitt, afirmou que o país usará "toda a força" contra o regime da Venezuela.

"O presidente [Donald Trump] está preparado para usar toda a força americana com o objetivo de impedir que as drogas inundem nosso país, além de levar os responsáveis à Justiça. O regime de Maduro não é o governo legítimo -é um cartel narcoterrorista", afirmou ela.

O governo Trump argumenta que as operações internacionais dos grupos da América Latina -incluindo tráfico de drogas, contrabando de migrantes e campanhas violentas para expandir territórios- justificam o rótulo.

As ações desta semana aumentaram as tensões na relação entre a Venezuela e os EUA. O regime venezuelano anunciou a suspensão e proibição de atividades relacionadas a aeronaves pilotadas e não pilotadas para "salvaguardar a segurança" do país.

A medida deve valer por 30 dias -prorrogáveis posteriormente-, e inclui o uso de drones. Maduro teve um discurso interrompido em 2018 após drones explodirem próximo ao local do evento. À época, acusou os EUA e a Colômbia, sem provas, de serem mandantes do que classificou de atentado.

Além disso, na segunda (18), Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que chamou de ameaças dos americanos contra o seu país.