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Cúpula estratégica dos EUA no Alasca

Ao comentar a cúpula desta sexta (15) com Vladimir Putin, Donald Trump sublinhou o fato de que o russo "até está vindo ao nosso país" para negociar termos para uma trégua na Guerra da Ucrânia e a relação bilateral entre as maiores potências nucleares do planeta.

E não é em qualquer parte dos Estados Unidos que Putin desembarcará. Líder de um país que espera tomar de vez ao menos 20% de sua vizinha Ucrânia, o presidente discutirá o tema no Alasca, território vendido pela Rússia imperial a Washington em 1867 pelo equivalente hoje a US$ 156 milhões.

Trump ainda caprichou na escolha do local: a base Elmendorf-Richardson, em Anchorage, a principal cidade do estado, com 300 mil habitantes. Ela é uma unidade conjunta da Força Aérea, dona do aeródromo Elmendorf, e do Exécito, que opera o forte Richardson, ambos no norte do município.

A base aérea é, desde a Guerra Fria, a linha de frente de interceptação de ameaças russas e, agora, chinesas também na região. Abordagens a bombardeios dos rivais ocorrem com frequência. Ela opera cerca de 40 caças furtivos F-22, o mais poderoso dos EUA, mais do que qualquer unidade militar do país.

Putin fez uma concessão rara, restando saber se por tática ou falta de opção. Publicamente, sugeriu as neutras areias dos Emirados Árabes Unidos na quinta (7), o que sugere a segunda hipótese —o anúncio do Alasca foi feito em uma postagem de Trump no dia seguinte.

Por Igor Gielow (Folhapress)