Um terremoto de magnitude 8,8 - o mais forte no mundo desde o de 2011, que causou o desastre nuclear de Fukushima - atingiu a península de Kamtchatka, na Rússia, na quarta (30), gerando um tsunami que atingiu o território russo e o Japão com ondas de até 5 metros.
O tremor, o sexto mais intenso já registrado, desencadeou ordens de retirada em todo o Pacífico, incluindo Havaí, Alasca, Califórnia, Canadá, Equador, Indonésia, Filipinas, México e Colômbia. Os temores de destruição geral não se concretizaram, e os alertas de tsunami foram rebaixados em vários locais horas depois.
Segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), o terremoto foi superficial, a uma profundidade de 19,3 km, com epicentro a cerca de 125 km a leste da cidade russa de Petropávlovsk-Kamtchatski. Anteriormente, o órgão havia publicado que o terremoto atingiu magnitude 8,0 - o número foi revisado minutos depois para 8,7 e, mais tarde, para 8,8.
Pouco mais de 30 minutos após o primeiro tremor, o serviço americano emitiu um alerta de outro terremoto de magnitude 6,9, a cerca de 48 km de distância do primeiro e a uma profundidade de 10 km. Quanto mais próximo da superfície é o terremoto, maior é o potencial de destruição.
A região, no entanto, é preparada para esse tipo de fenômeno - Kamtchatski fica no extremo oriente da Rússia, no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma região geologicamente ativa que é propensa a grandes terremotos e erupções vulcânicas.
Mesmo assim, pouco após o tremor, autoridades russas informaram que havia relatos de pessoas com ferimentos leves e prédios danificados no leste do país. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que não houve vítimas devido à qualidade das construções na região e ao bom funcionamento dos sistemas de alerta.
O governo do Japão e do estado americano do Havaí emitiram ordens de retirada para regiões costeiras. Na província japonesa de Chiba, próximo de Tóquio, um vídeo registrou o encalhe de ao menos quatro baleias. Não há consenso entre os especialistas, porém, se os animais ficam retidos perto da praia por causa de terremotos.
Autoridades da Califórnia fecharam algumas praias, docas e portos, em alerta a correntes fortes e consideradas perigosas. A Colômbia deu ordem para que os moradores saíssem de praias e zonas costeiras do oceano Pacífico nesta quarta-feira (30). "Alerta de tsunami para Chocó e Nariño", publicou no X a Unidade Nacional para a Gestão do Risco de Desastres, referindo-se às duas regiões do Pacífico colombiano.
Uma autoridade japonesa afirmou, por volta das 23h de Brasília, que não havia registro de feridos no país até o momento e que nenhuma usina nuclear relatou irregularidades. Ainda assim, os trabalhadores que atuam na remoção de resíduos radioativos na antiga usina de Fukushima foram retirados do local após o alerta.
O Sistema de Alerta de Tsunami dos EUA ainda emitiu avisos para "ondas perigosas de tsunami" ao longo de toda a costa oeste americana, os estados do Alasca e Havaí, além de Japão, Rússia, Canadá e Equador. Alertas também ocorreram na Indonésia, nas Filipinas, no México, no território insular americano de Guam e outras ilhas da Micronésia.