O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, 86, afirmou em um pronunciamento transmitido pela TV estatal na quarta (16) que Israel é um "tumor cancerígeno" e um "cachorro na coleira" dos EUA.
Khamenei disse ainda que o país persa está pronto para responder a qualquer novo ataque militar e que é capaz de realizar um golpe ainda maior do que o visto na guerra com Tel Aviv.
"O fato de que nossa nação está pronta para enfrentar o poder dos Estados Unidos e seu cachorro na coleira, o regime sionista [Israel], é algo muito louvável", afirmou Khamenei nas declarações.
Também nesta quarta, o Parlamento iraniano divulgou uma declaração afirmando que o país não deve retomar as negociações nucleares com os EUA enquanto as condições impostas pelo regime não forem atendidas: a principal delas é de que não haverá novos ataques contra Teerã.
"Quando os EUA usam as negociações como uma ferramenta para enganar o Irã e encobrir um ataque militar repentino do regime sionista [Israel], não é possível conduzir as conversas como antes. Devem ser estabelecidas condições prévias, e nenhuma nova negociação pode ocorrer até que elas sejam totalmente atendidas", diz o comunicado.
Teerã e Washington haviam realizado cinco rodadas de negociações indiretas, mediadas por Omã, antes da guerra, mas as exigências dos EUA para que o país persa encerrasse seu programa de enriquecimento de urânio doméstico chegaram a um impasse.
O Irã está sob pressão para retomar as negociações nucleares com os EUA. Donald Trump disse na terça (15) que não tem pressa em negociar com Teerã, mas o seu governo, em coordenação com França, Reino Unido e Alemanha, concordou em estabelecer o final de agosto como prazo para um acordo.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, afirmou que Paris, Londres e Berlim acionariam o 'snapback', mecanismo que permite o retorno automático de sanções da ONU, caso não haja progresso concreto em relação a um acordo.