O gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para expandir a guerra na Faixa de Gaza, o que inclui a "conquista do território palestino" e fazer com que a população deixe o território, afirmou na segunda (5) uma pessoa ligada ao governo.
Um dia antes, o Exército havia anunciado a mobilização de dezenas de milhares de reservistas para intensificar a ofensiva contra o grupo terrorista Hamas. A estratégia incluirá, entre outros pontos, a ocupação de Gaza, a manutenção do controle territorial e o deslocamento da população civil para o sul, sob justificativa de proteção.
O plano foi aprovado por unanimidade pelo gabinete, que inclui o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e ministros-chave. Segundo a emissora pública israelense Kan, autoridades familiarizadas com o assunto disseram que o novo plano será implementado de forma gradual ao longo de vários meses, começando pela atuação concentrada em uma área já devastada de Gaza.
Segundo o ministro do gabinete de segurança Zeev Elkin, esse cronograma pode abrir "uma janela" de negociações para um cessar-fogo e para um acordo de libertação de reféns antes da visita à região do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para acontecer entre os dias 13 e 16 de maio.
"Ainda há uma janela de oportunidade até que o presidente Trump conclua sua visita ao Oriente Médio, se o Hamas entender que estamos falando sério", disse Elkin à Kan nesta segunda.
Netanyahu também segue apoiando a ideia de Trump de promover a "emigração voluntária" dos habitantes de Gaza para países vizinhos, como Jordânia e Egito. As duas nações já expressaram oposição à proposta.
Netanyahu afirmou que seu país está "às vésperas de uma entrada forçada em Gaza" depois que seu gabinete de segurança aprovou o novo plano, segundo o The New York Times.
Em vídeo publicado nas redes sociais, o primeiro-ministro diz que a ofensiva militar em Gaza será intensa e que a população do território será removida "para sua proteção".
Segundo autoridades militares, Netanyahu disse que é hora de lançar as "medidas finais", acrescentando que a nova campanha ajudaria a trazer de volta os reféns que ainda estão presos em Gaza. O primeiro-ministro afirmou acreditar que "ainda não terminamos. Estamos perto da linha de chegada".