Por:

Irã nega apoio aos houthis em ataque contra Israel

O Irã negou ter apoiado o ataque dos rebeldes houthis do Iêmen contra o principal aeroporto de Israel, na véspera, e afirmou que Tel Aviv quer arrastar os EUA para uma catástrofe no Oriente Médio.

"As ações dos iemenitas em apoio ao povo palestino foram uma decisão independente, derivada de seu sentimento de solidariedade", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Irã em um comunicado. "O Irã ressalta a firme determinação de defender-se", acrescenta a nota, que alerta Israel que um eventual ataque terá consequências.

No domingo (4), o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que responderia ao bombardeio dos houthis e de "seus mestres terroristas iranianos" - a ameaça se concretizou nesta segunda. A Força Aérea israelense disse ter atacado alvos de infraestrutura, incluindo o porto de Hodeidah e uma fábrica de concreto próxima à cidade de Bajil, a cerca de 2.000 quilômetros de Israel.

Segundo Tel Aviv, o porto de Hodeidah é usado pelos houthis "para a transferência de armas iranianas, equipamentos com fins militares e outros propósitos terroristas". A fábrica de concreto de Bajil, por sua vez, "serve como um recurso econômico importante para o regime terrorista houthi e é usada para a construção de túneis e infraestrutura militar".

Ao lado de Israel, os EUA ameaçaram o Irã por seu apoio aos houthis nos últimos meses. Segundo os houthis, Washington voltou a bombardear nesta segunda alvos em Sanaa e suas imediações. O Ministério da Saúde dos rebeldes afirmou que 14 pessoas ficaram feridas em Sawan, um bairro residencial da capital.

A tensão fez o ministro da chancelaria iraniana, Abbas Araghchi, acusar Israel de querer arrastar os EUA para uma catástrofe no Oriente Médio. Segundo ele, "Netanyahu está interferindo diretamente no governo americano para arrastá-lo para outra catástrofe em nossa região", escreveu o chanceler na rede social X.