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Rússia mata civis na Ucrânia

Por Igor Gielow (Folhapress)

As forças da Rússia promoveram um dos mais mortíferos ataques contra civis na Guerra da Ucrânia neste domingo (13), quando ao menos 34 pessoas morreram em Sumi, capital da província homônima no nordeste do país invadido por Vladimir Putin em 2022.

Ao menos dois mísseis balísticos Iskander-M foram lançados contra a cidade, onde moram de 250 mil a 300 mil habitantes. A 30 km da fronteira, ela está na mira dos russos, que iniciaram uma nova ofensiva contra a região e a vizinha Kharkiv na semana passada, após passarem mais de dois sem tropas ocupando território por lá. A ação ocorreu no começo da manhã, quando havia movimentação de fiéis rumo a igrejas para missas do Domingo de Ramos, que marca uma semana antes da Páscoa e celebra a entrada de Cristo em Jerusalém antes de sua crucificação, segundo segundo a tradição cristã.

"Eram apenas cidadãos comuns na rua", disse o presidente Volodimir Zelenski. Um dos mísseis atingiu um trólebus, e a imagem foi captada pela câmera de um carro na mesma rua. Outros vídeos mostram o socorro a feridos, corpos no chão e destruição. Há ao menos 99 feridos, segundo as autoridades locais.

O ataque a Sumi renovou a pressão por um cessar-fogo. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a ação prova que a medida "tem de ser imposta" a Moscou, o que não será exatamente fácil se ele não quiser entrar em guerra com Putin.

Mais cedo, em entrevista ao principal jornalista russo que cobre o Kremlin, Pavel Zarubin, o porta-voz de Putin havia dito que as conversas medidas pelos Estados Unidos estão avançando bem, mas que é cedo para esperar uma trégua.

"Tudo está indo muito bem. Mas, claro, é impossível esperar quaisquer resultados imediatos", afirmou Dmitri Peskov.

Na sexta (11), Putin encontrou-se em São Petersburgo com o enviado de Donald Trump para o conflito, Steve Witkoff. Nada transpareceu de fato da conversa, mas foi a primeira das três que eles já travaram em que imagens do encontro foram divulgadas.

Neste domingo, a cena de Witkoff colocando a mão no peito em agradecimento por estar com Putin, que foi celebrada na mídia estatal russa, foi justaposta aos corpos em sacos pretos nas ruas de Sumi nas redes sociais ucranianas.

O mal-estar com administração Trump em Kiev só faz crescer, após o americano ter alinhado seu discurso acerca dos motivos da guerra com os de Putin e abrir negociações. Nas últimas semanas, o republicano tem demonstrado impaciência com o russo, mas não deixou de colocar a Ucrânia na parede.