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Efeito DeepSeek está afetando dos EUA ao Brics

Já oferecido localmente nos EUA por big techs como Amazon e Microsoft e startups como Perplexity, o modelo de inteligência artificial do DeepSeek agora avança pelos Brics, abraçado por Indonésia e Arábia Saudita, além da Índia.

Foi integrado a plataformas como AIonOS, Aramco e Krutrim, respectivamente. A lista é do analista de tecnologia TP Huang, ao responder que também o Brasil pode encontrar seu caminho em IA recorrendo ao DeepSeek. "Sem problema, é muito fácil fazê-lo", argumenta, citando o custo baixo e que qualquer país pode ajustá-lo às necessidades locais.

Segundo Paul Triolo, vice-presidente para China e tecnologia na consultoria estratégica ASG, de Washington, o chinês DeepSeek se tornou um fenômeno mundial, com "o sul global em festa" em meio à rápida e ampla disseminação.

Mas o impacto maior é na própria China, simbolizado no aperto de mão entre o líder Xi Jinping e o fundador e CEO do DeepSeek, Liang Wengfeng, no encontro com líderes empresariais de tecnologia do país, na segunda (17).

O jornalista Bill Bishop, do Sinocism, referência em cobertura da China nos EUA, descreveu, sobre a reação em Pequim: "Há uma percepção de que é algo incrivelmente poderoso para a China, porque o modelo é muito bom e é de código aberto. Qualquer país, qualquer pessoa ao redor do mundo pode baixá-lo em vez de ter que pagar à OpenAI".

A disrupção global incluiu o próprio mercado chinês. Robin Li, CEO do Baidu, até recentemente a maior aposta do país contra a americana OpenAI, abriu a semana anunciando que seu próximo modelo de inteligência artificial será de código aberto.

"Uma coisa que aprendemos com o DeepSeek é que isso pode ajudar rapidamente na adoção", justificou. "Quando o modelo é de código aberto, as pessoas naturalmente querem experimentá-lo, por curiosidade, impulsionando adoções mais amplas."

Por Nelson de Sá (Folhapress)