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Reino Unido e Suécia aceitam mandar força de paz à Ucrânia

O Reino Unido e a Suécia afirmaram estar prontos para enviar soldados a uma eventual força de paz caso Rússia e Ucrânia cheguem a um cessar-fogo na guerra que completará três anos daqui uma semana.

Na semana passada, após quase um mês de contatos que não chegaram a lugar algum e irritaram o Kremlin, o presidente americano ligou para Vladimir Putin para iniciar negociações de paz. De cara, sugeriu cessões territoriais de Kiev e descartou a entrada dos ucranianos na Otan, a aliança militar liderada pelos EUA, como forma de garantir a segurança futura do país europeu. Volodimir Zelenski e líderes europeus reagiram mal, sugerindo uma paz imposta nos termos de Moscou.

Mas o pior, para a Ucrânia, ainda estava por vir. Trump enviou seu vice, J.D. Vance, para falar em seu nome na sexta (14) à tradicional Conferência de Segurança de Munique. O americano fez um discurso agressivo e devastador para as relações com a Europa.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, foi o primeiro a falar sobre o envio de tropas, o que nem ele, nem os antecessores sugeriram. O motivo é simples: caso as hostilidades sejam retomadas, haveria o risco de um conflito direto entre forças russas e da Otan, potencialmente escalando para uma guerra nuclear.

Starmer fez a sugestão em um artigo publicando pelo jornal Daily Telegraph. "Eu não digo isso ligeiramente. Eu sinto profundamente a responsabilidade de potencialmente colocar homens e mulheres fardadas britânicas em perigo", afirmou.

"Mas qualquer papel em ajudar garantir a segurança da Ucrânia ajudará a garantir a segurança do nosso continente, e a segurança do nosso país", escreveu Starmer.

Em Estocolmo, o premiê Ulf Kristersson disse que os suecos participariam de tal força de paz, mas apenas se houver progresso nas negociações. "É necessário haver um mandato muito claro para essas forças", disse.

Por Igor Gielow (Folhapress)