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Hamas e Israel trocam reféns

Após dias de incerteza em relação ao cessar-fogo que há quase um mês interrompeu a guerra na Faixa de Gaza, o Hamas libertou, no sábado (15), mais três reféns sequestrados durante o mega-ataque do grupo terrorista no sul israelense, em outubro de 2023. Em contrapartida, Israel libertou mais 369 prisioneiros palestinos que mantinha em suas prisões. A libertação aconteceu em Khan Yunis, no sul de Gaza.

Como nas ocasiões anteriores, os integrantes do Hamas, encapuzados e armados com fuzis automáticos, levaram os reféns a um palco. Em Khan Yunis, rodeados pelo cenário de ruínas em que a faixa se transformou após mais de um ano da campanha militar israelense, os sequestrados falaram brevemente antes de serem entregues à Cruz Vermelha. Minutos depois, o Exército israelense indicou ter recebido os três reféns, que passaram um total de 498 dias em cativeiro.

Pouco depois, o primeiro ônibus com palestinos libertados partiu da prisão de Ofer, em Israel, para Ramallah, capital da Cisjordânia ocupada. O veículo chegou ao seu destino sob aplausos da multidão, que hasteava bandeiras palestinas.

"Estamos trabalhando de forma plenamente coordenada com os Estados Unidos para recuperar o mais rápido possível todos os nossos reféns, vivos e mortos, e estamos completamente preparados para o que está por vir, em todos os aspectos", afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em comunicado.

Segundo o jornal Haaretz, o líder pretendia realizar ainda no sábado uma reunião interna para abordar o acordo de cessar-fogo após o ultimato dos EUA ao Hamas quanto à soltura dos reféns. A discussão incluiria a segunda fase do acordo, prevista para começar no mês que vem, e a visita do secretário de Estado americano, Marco Rubio, ao Oriente Médio - ele aterrissou em Tel Aviv à noite.

A pauta do encontro é um indicativo de que a tensão que assombrou a trégua nos últimos dias ainda não acabou. Também no sábado, o chefe do Estado-Maior israelense, o tenente-general Herzi Halevi, disse que o Exército do país planeja uma nova ofensiva. "Ao mesmo tempo em que o retorno de cada refém suscita um enorme entusiasmo", afirmou, "preparamos planos de ataque".

Em resposta, o Hamas afirmou que Washington, um dos mediadores do acordo de cessar-fogo, deveriam obrigar Tel Aviv a respeitar suas condições "se realmente se importam com as vidas" dos reféns, disse Hazem Qassem.