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Israel manterá trégua se Hamas soltar reféns

Pressionado por manifestações crescentes de rua contra o risco do colapso da trégua na Faixa de Gaza, o governo de Israel falou grosso nesta terça (11), mas decidiu que manterá o cessar-fogo se o grupo palestino soltar os três reféns programados para serem libertados no sábado (15).

O gabinete de segurança de Binyamin Netanyahu decidiu apoiar o ultimato dado pelo presidente Donald Trump ao Hamas, só para aquiescer na sequência, segundo múltiplos relatos na imprensa israelense.

Na véspera, o presidente americano havia dito que "todos os reféns" em poder dos palestinos deveriam ser soltos até o meio-dia de sábado, ou então o Estado judeu deveria "abrir as portas do inferno" novamente em Gaza.

A decisão do gabinete ocorreu após mais de quatro horas de reunião. Não está claro ainda, na prática, o que de fato Israel irá fazer: o premiê Netanyahu pode se pronunciar ainda nesta terça.

Os temos da trégua, chancelada por Trump antes de sua posse, preveem uma libertação em fases dos reféns, em troca de prisioneiros palestinos - a mais recente rodada foi no fim de semana passado, e a sexta será no sábado.

O clima nesta terça foi ainda mais acirrado nesta terça com o anúncio, pelas forças israelenses, de que um dos reféns presumidos do 7 de outubro de 2023 morreu. Shlomo Mansour foi morto no kibutz em que morava perto de Gaza e seu corpo, levado pelo Hamas. Aos 85 anos naquele dia, é a vítima mais idosa do massacre.

A nova crise havia começado na segunda (10), quando o Hamas anunciou que iria adiar a libertação de reféns prevista para o próximo sábado devido ao que chamou de violações de Israel da trégua.

O grupo terrorista citou apenas de forma reservada, contudo, o real problema: o plano apresentado por Trump, que prevê a remoção dos palestinos do território para sempre.

Por Igor Gielow (Folhapress)