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O expansionismo de Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, chocou líderes em todo o mundo na noite de terça (4) ao falar no envio de tropas para a Faixa de Gaza para tomar o território palestino, palco de uma guerra entre Israel e Hamas no último ano. "Assumiremos o controle. Será nossa", disse o republicano em uma entrevista coletiva na Casa Branca ao lado do premiê israelense, Binyamin Netanyahu. "As pessoas que moram lá hoje poderiam viver em paz, porque hoje elas vivem no inferno".

A retórica expansionista de Trump tem sido constante em seu segundo mandato. Outros locais sofreram ameaça de anexação pelo republicano desde o início da sua vitoriosa campanha à Presidência.

Trump começou a ameaçar tomar o Canal do Panamá quando ainda nem era presidente eleito, em dezembro do ano passado. "As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, altamente injustas", afirmou o republicano a apoiadores no Arizona.

Em seu discurso de posse, em janeiro deste ano, Trump afirmou que tomaria o canal que já foi dos EUA e justificou seu plano com a falsa afirmação de que a China controla o local.

Desde então, o presidente panamenho, José Raúl Mulino, rejeitou as declarações em uma carta à ONU e o chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, afirmou que Washington tomará providências se não houver "mudanças imediatas" no canal.

Em relação ao Canadá, as ameaças de anexação também começaram no final de 2024, quando, durante um jantar com o primeiro-ministro Justin Trudeau em Mar-a-Lago, Trump afirmou que o Canadá deveria se tornar o 51º estado american.

A provocação, revelada pela Fox News, ocorreu quando o Trump e o líder canadense conversavam sobre a possibilidade de os EUA tarifarem em 25% as importações do México e do Canadá até que os países resolvessem o que o republicano chama de "ridículas fronteiras abertas".

O americano repetiu os planos em relação ao vizinho do norte publicamente em outras ocasiões, mas negou o uso de força militar contra Ottawa, afirmando que usaria apenas pressão econômica. "Seria muito melhor para a segurança nacional - não se esqueça, nós basicamente protegemos o Canadá."

Com base em relatos de um ex-conselheiro de segurança nacional de Trump na Casa Branca, a Reuters afirma que Trump mencionou a ideia de comprar a Groenlândia, um território dinamarquês, em 2017. Ao retomar a ideia, Trump cogitou impor tarifas sobre a Dinamarca e não descartou o uso de força militar para obter controle da ilha.