Por: Déborah Gama
Autoridades públicas, especialistas em meio ambiente, representantes da sociedade civil e moradores se reuniram na manhã do dia 14 de maio para discutir alguns problemas recorrentes na Zona Oeste, durante o XXII Fórum do Meio Ambiente.
Realizado pelo HotéisRIO e a ACIR, em parceria com a TV Record, o evento teve como foco de discussão os bairros do Recreio dos Bandeirantes e das Vargens, com discussões dividas em dois painéis, abordando temas como o crescimento urbano desordenado, e o avanço no saneamento básico e os desafios na implementação de infraestrutura, que destacou ações da Iguá na região.
Ocupação desordenada e o impacto ambiental
As construções sem licenciamento e erguidas em áreas despreparadas para receberem as edificações têm contribuído para um cenário crescente de degradação ambiental.
Renata Tostes, gerente de fiscalização do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), chamou atenção para a escassez de recursos humanos para lidar com o problema. Contudo, a tecnologia tem sido uma boa aliada no trabalho de fiscalização. Durante o painel, Renata citou o "Olho Verde", uma iniciativa de monitoramento remoto que utiliza satélites e drones para identificar desmatamentos e construções irregulares em tempo real.
Terreno fértill para a ilegalidade
Muito além de um problema de urbanismo e ambiental, as construções irregulares afetam também a esfera social e principalmente a segurança pública. "O caminho para evitar o problema é a prevenção e fiscalização definitiva, porque uma vez que uma casa começa a ser erguida e não há sanção ou alguma consequência para aquela obra irregular, isso estimula outras pessoas ao redor a adotarem a mesma prática", reforçou o delegado Neilson Nogueira, da 16ª DP (Barra da Tijuca).
O delegado aponta que a polícia civil tem atuado contra tais avanços ilegais principalmente por meio da DPMA (Departamento de Polícia do Meio Ambiente) e das delegaciais distritais, como a 12ª e 16ª DP.
Fiscalização integrada e a participação dos moradores
Durante o debate, Marco Paes, diretor da ACIR, reforçou a importância de ações integradas entre os poderes públicos e moradores. "Só vejo uma saída: A sociedade civil com as autoridades reunidas e o Ministério Público como pilar, para organizar e integrar essas ações de fiscalização e combate. Não tem como acontecer uma ação sem uma integração", finalizou.
Os moradores da região também podem contribuir com denúncias para o canal 1746.
Além disso, a representante do INEA no Fórum também destacou a importância de uma constante checagem do cidadão em meio às escolhas de consumo. "Quando você vai comprar um imóvel com preço muito abaixo do mercado, é importante verificar se ele possui licença ambiental, se está legalizado. O consumidor precisa estar atento. É como verificar se um carro tem multas antes de fechar negócio", alertou Renata Tostes.