O Governo do Estado divulgou, nesta quinta-feira (04), os dados inéditos do Dossiê Mulher 2025, produzido pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). O levantamento mostra que a violência psicológica foi o crime mais registrado contra mulheres em 2024, com 56.206 vítimas — uma média de 153 por dia. Mais da metade das agressões (67,3%) foram cometidas por pessoas conhecidas, principalmente companheiros ou ex-companheiros (49,6%), e quase sempre dentro de casa (49,2%). O estudo também aponta o crescimento de 5.000% nas violências virtuais, como perseguição e assédio online, que saltaram de 55 registros em 2014 para 2.834 em 2024.
"Os dados apresentados no Dossiê Mulher são um alerta e, ao mesmo tempo, um compromisso público: não recuaremos no enfrentamento à violência contra a mulher. Cada número representa uma vida que precisa ser protegida", afirmou o governador Cláudio Castro.
Em 2024, o Rio registrou 107 casos de feminicídio, sendo quase dois terços dentro de casa. Mais da metade das vítimas já havia sofrido outros tipos de violência, e 71% eram mulheres negras. Quase 60% dos autores possuíam antecedentes criminais.
Para a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, o relatório é uma ferramenta estratégica: "Completar 20 anos de Dossiê Mulher é reafirmar o compromisso com a proteção das mulheres fluminenses. Os dados orientam políticas públicas e salvam vidas", ressaltou.
A secretária da Mulher, Heloisa Aguiar, destacou as ações do governo na prevenção e reeducação de agressores, como os Grupos Reflexivos com Homens, que reduziram a reincidência para apenas 2,3%, além de programas como o Nós Segura, o Ônibus Lilás e a plataforma "Não é Não! Respeite a Decisão", que já capacitou mais de 13 mil trabalhadores.
"Investir em prevenção, educação e redes de cuidado funciona. Seguimos trabalhando para que nenhuma mulher viva com medo", afirmou Heloisa Aguiar.
