Por Pedro Sobreiro
Depois de cinco edições de sucesso, o Rio Coffee Nation chega consolidado a sua sexta edição. O evento será realizado nos dias 17, 18 e 19 de outubro, no EXC, na Rua Jardim Botânico, 1011, Zona Sul do Rio de Janeiro, trazendo mais de 60 produtores, experts e amantes do café.
Idealizado por Martina Barth d'Avila, fundadora da Sonimage (agência referência em experiências e ativações de marcas nacionais e internacionais, eventos corporativos e projetos sob demanda), o Rio Coffee Nation promete reunir apaixonados por café e profissionais de uma das áreas de maior impacto na economia fluminense e brasileira.
Em entrevista ao CORREIO DA MANHÃ, Martina Barth d'Avila falou sobre a sexta edição do evento.
CM: Como sua carreira impactou o RCN?
MB: "Minha trajetória sempre foi conectar gastronomia, cultura e pessoas. Quando criei o Rio Coffee Nation, levei esse olhar curatorial, de experiência completa, não só de produto. O evento ganhou densidade porque trouxe conteúdo, hospitalidade, convivialidade, sustentabilidade e estética para o universo do café além da valorização de pequenos produtores de cafés especiais. Em troca, o RCN ampliou meu raio de ação: hoje dialogo com produtores, baristas, chefs, marcas e políticas públicas, ajudando a posicionar o café brasileiro como ativo cultural, gastronômico e econômico. É uma via de mão dupla: minha carreira deu repertório ao evento, e o evento me deu escala e propósito renovado".
CM: O momento econômico é complexo, principalmente nas relações com os EUA. Haverá algum painel sobre os "tarifaços" e as incertezas do mercado?
BM: "Nesta edição, não teremos painéis sobre tarifas. Nosso foco é o café como ingrediente gastronômico, para além da xícara. Vamos mostrar aplicações em confeitaria, coquetelaria e cozinha salgada. A ideia é ampliar o repertório dos profissionais, inspirar novos cardápios e abrir mercado para produtores, valorizando origens, micro-lotes e subprodutos. Em vez de discutir risco, vamos provocar demanda: mais usos, mais ocasiões de consumo, mais negócios".
CM: O que os apaixonados por café podem esperar desta edição?
BM: "Experiência de ponta a ponta. Micro-lotes raros, diferentes métodos, harmonizações de café com queijo, café com cerveja, café nitro cold brew, aulas rápidas para iniciantes, talks inspiradores, campeonatos e ativações que aproximam gerações - do TNT de baristas à Coffee Party. Gastronomia autoral conectada ao café, música, espaços instagramáveis, além de um compromisso sólido com sustentabilidade (gestão de resíduos, zero descartáveis, fornecedores responsáveis, evento 100% carbo free, evento inclusivo). O RCN é encontro de sabores, pessoas e ideias".
CM: O café segue em alta. Como você avalia o impacto econômico nas novas gerações?
BM: "O café virou porta de entrada para empreendedorismo e qualificação. Vemos jovens abrindo cafeterias de bairro, torrefações boutique, marcas diretas ao consumidor, assinaturas e conteúdo digital. Isso gera empregos qualificados na ponta (baristas, gestores, torrefadores), puxa inovação em equipamentos e design e valoriza a origem com impacto positivo na renda no campo. Ao mesmo tempo, o consumo consciente (qualidade, rastreabilidade, ESG) direciona investimento e educa o mercado. O café é economia criativa em estado líquido — movimenta a cadeia inteira e dá protagonismo a uma nova geração mais exigente, conectada e empreendedora".