Na tarde deste sábado (29), o Brasil conheceu seu primeiro tetracampeão da Libertadores. Na revanche da final de 2021, o Flamengo bateu o Palmeiras por 1 a 0 e se sagrou campeão novamente no palco da finalíssima de 2019.
A partida estava marcada para começar às 18h, mas por conta de um atraso no ônibus do Palmeiras, foi adiada em 15 minutos. Dentro de campo, Filipe Luís e Abel Ferreira entraram com objetivos diferentes. O técnico flamenguista adotou uma formação de mais posse de bola e controle de jogo, enquanto o palmeirense apostou em um esquema reativo, que buscava uma marcação perfeita para aproveitar eventuais falhas rubro-negras.
No entanto, a estratégia de Filipe Luís se mostrou mais acertada. Com amplo volume de jogo, o Flamengo levou perigo ao gol durante os 30 primeiros minutos. Porém, faltava objetividade. Do outro lado, o Palmeiras tentava suas arrancadas com Vitor Roque, mas sofria do mesmo mal rubro-negro.
E foi justamente no minuto 30 que um lance que poderia ter mudado o jogo aconteceu. O volante Erick Pulgar fez falta duríssima em Bruno Fuchs. Apesar da presença do VAR, o árbitro Darío Herrera optou apenas pelo cartão amarelo. O lance revoltou a comissão técnica do Palmeiras, que pedia o vermelho, e reclamou com a arbitragem até o fim do primeiro tempo.
Na saída para o túnel, houve um princípio de confusão entre atletas de Palmeiras e Flamengo. Na volta para o segundo tempo, os times não trocaram seus jogadores. O alviverde mudou sua postura e passou a incomodar mais a defesa rubro-negra, mas seguia com a falta de objetividade.
Do outro lado, o Flamengo parecia sentir um pouco as ofensivas palmeirenses, até que, aos 21 minutos, os cariocas conseguiram um escanteio. Na cobrança, o zagueiro Danilo subiu sozinho e cabeceou para o fundo das redes do goleiro Carlos Miguel. Flamengo 1 a 0 Palmeiras.
Com esse gol, Danilo entrou para um hall muito seleto de nomes do Flamengo. Antes dele, apenas Zico e Gabigol haviam marcado gols em finais de Libertadores pelo time da Gávea. O zagueiro, inclusive, foi um acerto de Filipe Luís. O titular da zaga é Léo Ortiz, que se recuperou a tempo de jogar a final. No entanto, o treinador optou por entrar com Danilo, apostando na experiência e liderança do defensor. Deu resultado.
O Palmeiras sentiu o gol e foi acuado. Sentindo o mau momento, Abel tentou oxigenar o time com nomes como Felipe Anderson e Giay. E deu certo - momentaneamente. O Palmeiras começou a pressionar, chegando a empurrar o Flamengo inteiro para dentro de seu próprio campo, mas seguia pecando nas finalizações. Com o tempo se esgotando, a pressão palmeirense virou desespero. As jogadas já não se desenhavam como queria o técnico, dando espaço ao famoso "chuveirinho".
Com suas jogadas praticamente resumidas a tentar cruzar para a área, o Palmeiras ainda teve uma chance claríssima de empatar a partida aos 43 do segundo tempo. Em um "bate rebate" na pequena área, a bola sobrou para Vitor Roque, que isolou.
Com a chance impressionante perdida, o time se abateu e deixou o Flamengo escapar no contra-ataque. Aos 46, Éverton Cebolinha cobrou uma falta perigosíssima, que passou por Carlos Miguel, bateu na trave e sobrou com Carrascal, que finalizou com perigo.
Nos acréscimos, a delegação flamenguista pedia incessantemente pelo fim da partida, apesar do Palmeiras já não levar mais perigo. Até que, aos 50 minutos, o árbitro apitou o fim do jogo, soltando o grito dos torcedores do Flamengo por todo o Brasil.
Agora, pela primeira vez na história, o Brasil tem um time tetracampeão da Libertadores. Com o resultado, o Flamengo se classificou para o Intercontinental, em que o adversário a ser batido é o PSG, e para a Recopa Sul-americana, onde enfrentará o Lanús, da Argentina, nos dias 18 e 25 de fevereiro de 2026. Mais uma chance de título para o rubro-negro, que deve confirmar também o Campeonato Brasileiro nesta quarta-feira (3), quando enfrentará o Ceará no Maracanã. Basta uma vitória simples para conquistar o Brasileirão, repetindo o feito do Santos de 1962 e 1963, do próprio Flamengo de 2019 e do Botafogo de 2024, de ser campeão do Brasil e da América na mesma temporada.
Vale destacar que a conquista foi mais do que especial para Filipe Luís. Além de ter praticamente zerado os troféus da América do Sul como técnico, já que foi campeão da Copa do Brasil 2024, do Carioca 2025, da Libertadores 2025 e provavelmente será campeão Brasileiro na próxima semana, o treinador se tornou apenas o segundo brasileiro a ser campeão da Libertadores como jogador e técnico. Antes dele, apenas Renato Gaúcho (Grêmio) havia conseguido o feito. É algo tão grandioso que apenas nove treinadores em todo o continente foram capazes de fazer.