Na tarde de sábado (29/11), foi para o palmeirense esquecer. Independentemente de quem vencesse, o Brasil conheceria seu primeiro tetracampeão da Libertadores. Na revanche da final de 2021, o Flamengo bateu o Palmeiras por 1 a 0 e se sagrou campeão novamente no Monumental de Lima, onde fora campeão em 2019.
A partida estava marcada para começar às 18h, mas por conta de um atraso no ônibus do Palmeiras, foi adiada em 15 minutos. Dentro de campo, Filipe Luís e Abel Ferreira entraram com objetivos diferentes. O técnico flamenguista adotou uma formação de mais posse de bola e controle de jogo, enquanto o palmeirense apostou em um esquema reativo, que buscava uma marcação perfeita para aproveitar eventuais falhas rubro-negras.
A estratégia de Abel se provou errada. Para conseguir sucesso em sua empreitada, o Palmeiras teria que fazer uma partida taticamente perfeita. E em uma final com essa carga de tensão, contra o principal rival no continente, talvez não fosse o melhor dos cenários apostar num esquema que demanda erro zero.
Ainda assim, diante do contexto da partida, o Palmeiras ainda teve uma chance de empatar.
Aos 43 do segundo tempo, em um "bate rebate" na pequena área, a bola sobrou para Vitor Roque, que isolou. De qualquer forma, se o empate viesse, mascararia a pobreza de ideias que o técnico português usou na final.
Com as substituições do segundo tempo, o time foi oxigenado, mas não conseguiu trabalhar jogadas. Os 20 minutos finais do jogo palmeirense foram marcados pelo famoso "chuveirinho". Toda bola roubada dos flamenguistas era prontamente lançada para frente, literalmente jogando para que Vitor Roque tentasse resolver em um lance.
É aquilo: quase deu certo. Mas não pode ser o bastante para o time que tem o treinador mais bem pago do país.
Temporada perdida
A final da Libertadores era a esperança para "salvar" o ano do Palmeiras. Com investimento estimado em R$ 700 milhões, o alviverde chegou em 2025 com a expectativa de ser campeão Paulista, Brasileiro, da Copa do Brasil, Intercontinental e Super Mundial. No entanto, muito provavelmente vai fechar o ano de mãos abanando.
No Paulistão, com seu confuso regulamento, o Palmeiras chegou a estar muito próximo da eliminação na fase de grupos, mas conseguiu se recuperar e chegou à final. Diante do rival, Corinthians, o Alviverde não conseguiu desempenhar. No jogo de ida, empate por 0 a 0. Na volta, em pleno Allianz Parque, o Palmeiras perdeu por 1 a 0 e viu o rival fazer a festa.
No Super Mundial FIFA, a grande estrela do ano no futebol internacional, nova decepção. O Palmeiras estreou contra o Porto, de Portugal, e empatou em 0 a 0, numa partida de pouquíssima inspiração. No jogo seguinte, bateu o Al Ahly, do Egito, por 2 a 0. No último jogo da fase de grupos, enfrentou o inconstante Inter Miami, de Lionel Messi, e empatou por 2 a 2. Mesmo com a fase de grupos decepcionante, o time avançou para as oitavas, em que eliminou o Botafogo em jogo decidido no talento individual de Paulinho, que fez o gol da vitória e se lesionou. Nas quartas, enfrentou o Chelsea, da Inglaterra. Diante dos londrinos, derrota por 2 a 1 e fim do sonho do Mundial. Para piorar, o craque do time, Estêvão, se despediu da equipe para rumar ao Chelsea.
Na Copa do Brasil, estreou na terceira rodada e eliminou o Ceará com facilidade. Dois jogos, duas vitórias. Nas oitavas, esbarrou novamente no alvinegro paulista. Diante do Corinthians, um desastre tomou conta. Na volta da frustrante participação do Super Mundial FIFA, o Palmeiras perdeu os dois jogos contra o rival e foi eliminado precocemente, outra vez em casa.
Restavam apenas o Brasileirão e a Libertadores. O Campeonato Brasileiro parecia encaminhado. No entanto, após uma sequência de empates e derrotas, a "gordurinha" palmeirense foi queimando, até que o Flamengo conseguiu ultrapassá-lo na reta final. Caso o Rubro-Negro vença o Ceará nesta quarta (3), será matematicamente campeão brasileiro.
Já a Libertadores terminou no sábado, da forma mais frustrante possível. Com isso, 2025 termina como um ano de muitas lições e frustrações para o Palmeiras e para Abel Ferreira. Muitos ajustes precisarão ser feitos para 2026.