A disputa da Copa América feminina no Equador provocou nos últimos dias uma série de críticas de jogadoras e treinadores que participam da competição sul-americana, que vão desde as condições precárias dos gramados até a baixíssima presença de público nas arquibancadas.
O descaso e a falta de investimentos voltados ao futebol feminino por parte da Conmebol, responsável pela organização da competição, despontam como a principal razão por trás das falhas apontadas, segundo especialistas que acompanham há anos a modalidade.
Eles assinalam também que os problemas observados no torneio continental devem servir como um alerta para a organização da Copa do Mundo feminina que acontecerá no Brasil, em 2027.
"A Conmebol é uma entidade que deixa muito a desejar na organização dos campeonatos. E quando está em jogo o futebol feminino, que historicamente tem um fosso de desigualdade, com uma série de obstáculos para seu desenvolvimento, a situação acaba se tornando ainda mais complicada", afirmou Leda Maria da Costa, pesquisadora do Observatório Social do Futebol, da Uerj.
Leda acrescentou que os torneios sul-americanos precisam ser mais promovidos midiaticamente, "sendo empacotados e vendidos como um grande produto."
A pesquisadora afirmou que os problemas identificados na Copa América devem servir como um alerta para a organização pela Fifa da Copa do Mundo daqui a dois anos.
"A Copa do Mundo feminina chegou em um novo patamar de visibilidade, e o país que a sedia tem que ter isso em mente", afirmou. "A Copa América acaba sendo um exemplo daquilo que não deve e não pode acontecer."
Por Lucas Bombana (Folhapress)