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Marta: mais que a idolatria

Marta foi campeã e eleita a melhor jogadora da Copa América | Foto: Lívia Villas Boas / CBF

Por Marcos Guedes (Folhapress)

Marta foi eleita a melhor jogadora da Copa América, tendo entrado na decisão aos 37 minutos do segundo tempo. E fez por merecer esse título, meramente pelo que apresentou a partir da marca dos 37 minutos do segundo tempo da partida derradeira.

Ela mostrou que ainda é mais do que um símbolo de si mesmo, a mulher largamente reconhecida como a maior da história do futebol. Mesmo com óbvias limitações aos 39 anos -nenhuma lesão, pelo que consta, impediu o técnico Arthur Elias de usá-la desde o apito inicial-, foi decisiva.

No 51º minuto do segundo tempo, aquele que seria o último do campeonato pelo que havia indicado a árbitra chilena Dione Rissios, a alagoana acertou um preciso chute de fora da área de pé esquerdo. Na prorrogação, teve a sorte de marcar de pé direito em uma tentativa desastrada de cabeceio.

A competição acabou decidida nos pênaltis: 5 a 4 para o Brasil, após empate por 4 a 4 com a Colômbia. Marta desperdiçou a sua cobrança na série de tiros da marca penal, porém deixou o estádio Casa Blanca, em Quito, com a relevância renovada no futebol.

Agora tetracampeã da Copa América, ampliou sua lista de conquistas. Na primeira declaração após o triunfo, ainda no gramado, mostrou alívio pelo fato de o erro nos pênaltis não ter custado o troféu. "Eu estava pedindo a Deus que não me castigasse tanto", sorriu.

Ele tem sido bom com a atleta de Dois Riachos, eleita seis vezes a melhor jogadora de futebol do planeta. A veterana craque ensaia a aposentadoria faz tempo, porém vai ficando e ainda é capaz de jornadas como a do último sábado (2) no Equador.

Marta há anos alterna declarações que parecem definitivas sobre o adeus com frases nas quais prefere a imprecisão.

O técnico da seleção, Arthur Elias, e as jogadoras que compõem o grupo verde-amarelo falam sempre com reverência de Marta. Ela é um símbolo do futebol feminino. E, como mostrou contra a Colômbia, ainda uma jogadora que pode ser decisiva.