Por Beatriz Cesarini (Folhapress)
O brasileiro Nicolas Zanellato foi absolvido pela Agência Internacional de Integridade no Tênis (ITIA) após suspensão provisória em um caso de doping e poderá voltar a jogar depois de meio ano longe dos torneios. A entidade entendeu que o tenista de 23 anos foi contaminado com uma substância proibida de forma inconsciente ao ingerir carne bovina na Colômbia.
"Hoje eu estou muito feliz. Estou praticamente seis meses sem poder competir, jogar. Quando eu recebi a notícia, me pegou totalmente de surpresa, não fazia ideia dessas contaminações que tinham na Colômbia. Virou um pesadelo o que aconteceu com toda a minha carreira, que eu venho construindo desde criança. Foi uma luta. Todo dia, toda semana, todo mês, brigando para conseguir provar que realmente eu nunca fiz nada para trapacear ou ter vantagem sobre alguma coisa", disse Nicolas em entrevista exclusiva à reportagem.
Nicolas passou pelo exame antidoping em junho do ano passado, durante o ATP Challenger em Ibagué, na Colômbia. O teste detectou a presença de 5 ng/ml de boldenona na amostra de urina colhida. A substância é um esteróide sintético derivado da testosterona, vendido como droga veterinária e utilizado como hormônio de crescimento de gado no país.
A ITIA, então, suspendeu provisoriamente Nicolas em 12 de agosto do ano passado. Durante seis meses, o atleta e sua defesa, liderada pelo advogado Pedro Fida, apresentaram uma série de documentos e testemunhas que evidenciaram a contaminação cruzada.
"Estava na Europa quando recebi o resultado. Quando eu comecei a ler, não acreditei. Obviamente, lá explicada que era na Colômbia. Então, eu comecei a lembrar, porque o supervisor do torneio mandou um e-mail para os jogadores no meio da semana falando sobre esse alerta das carnes. Só que já estava lá desde sábado, então já tinha comido carne várias vezes. Inclusive até meus amigos deram sorte de não fazer o teste na semana", relembrou Nicolas.