Por: POR SÉRGIO NERY

JORNAL DE TURISMO | Celso Sabino se despede do MTur e mira o Senado Federal

Sabino deixa o cargo que ocupava desde 2023 | Foto: Roberto Castro/Mtur

Celso Sabino enfrentou a cúpula do União Brasil para permanecer no Ministério do Turismo — e acabou sem os dois. Foi expulso da legenda e, depois, demitido por Lula, após o partido voltar a reivindicar o espaço na Esplanada. O jogo político prevaleceu, com uma certa reaproximação do União com o Executivo, mas a pasta perdeu em continuidade justamente no melhor momento institucional do setor desde a criação do MTur, em 2003. Sabino, agora, deve concentrar esforços na disputa por uma vaga ao Senado pelo Pará, levando como ativo uma gestão marcada por resultados históricos e pelo fortalecimento do turismo como vetor de desenvolvimento econômico e social, com um olhar mais sustentável.

 

Despedida com o setor em alta

Lula formaliza a posse de Feliciano no MTur | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em sua despedida, Sabino exaltou a consolidação do turismo brasileiro, com recordes históricos de turistas e receitas, e alguns avanços como a aprovação do Plano Nacional do Turismo e a importância da Lei Geral do Turismo para dar segurança jurídica ao segmento. Apontou a COP30 como marco de visibilidade global e geração de parcerias para sustentabilidade no setor, frisando que o evento legitimou o turismo como prioridade estratégica.

Mudança de rumo no Ministério

Lula deu posse a Gustavo Feliciano como novo ministro do Turismo, encerrando o ciclo de Sabino, o 14º a deixar o governo. Ex-secretário de Turismo da Paraíba na gestão João Azevêdo, Feliciano chega ao cargo com perfil técnico e articulação política. Filho do deputado federal Damião Feliciano e da ex-vice-governadora Lígia Feliciano, é um dos coordenadores da bancada evangélica e da bancada negra na Câmara e integra a ala do União Brasil mais alinhada ao Planalto. Seu nome, foi avalizado pelo presidente da sigla, Antonio Rueda

Elogios e afagos

A nomeação de Feliciano é um afago do governo ao presidente da Câmara, Hugo Motta, aliado do novo ministro na Paraíba. O clima da cerimônia de posse foi de elogios efusivos de Feliciano ao presidente Lula, um tom bem diferente da relação recente entre a cúpula do União Brasil e o Planalto. A expectativa é que a gestão da pasta não perca o foco de sua atuação em meio ao jogo do poder.

Retrospectiva

O ano de 2025 confirma um ponto de virada para o turismo brasileiro. O país alcançou a marca histórica de 9 milhões de turistas internacionais, salto de 40% sobre o recorde anterior e superou US$ 8 bilhões em receitas. Dados que reposicionam o Brasil no cenário global e consolidam o setor como vetor econômico.

Hotelaria

A hotelaria passou por mudanças regulatórias. Entraram em vigor regras que definem a diária como 24 horas de uso da acomodação, com mais clareza sobre check-in e check-out. Avançou também a Ficha Nacional de Registro de Hóspedes digital, abrindo espaço para pré-check-in e processos mais ágeis.

HoteisRio

Em sintonia com as novas regras, o HotéisRIO destacou 2025 como um ano de articulação intensa. A entidade atuou na promoção do Rio no exterior, na atração de eventos (MICE) e no diálogo com governos, além de defender a regulamentação das plataformas de hospedagem para garantir concorrência justa.

Continuidade

Para Alfredo Lopes, reconduzido à presidência da entidade, 2025 consolidou uma agenda de resultados construída com previsibilidade. Ele aponta o recorde de turistas estrangeiros, o fortalecimento do destino Rio e a atração de eventos como frutos de atuação integrada e defende a segurança jurídica para sustentar o crescimento.

Senado

Em 2025, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado concentrou sua atuação com o setor como vetor de desenvolvimento. A comissão promoveu audiências com o MTur e Embratur e analisou projetos sobre rotas turísticas, calendário oficial, qualificação profissional e turismo regional.

Senado II

Ao fazer o balanço do ano, a presidente da CDR, a senadora Professora Dorinha Seabra, destacou que o turismo passou a ocupar lugar central na agenda do desenvolvimento. Segundo ela, a comissão priorizou diálogo, integração regional e projetos capazes de gerar emprego, renda, inclusão e proteção de direitos.