O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 4,64 bilhões para financiar a ampliação, modernização e manutenção de 11 aeroportos administrados pela Aena no Brasil. O maior volume de recursos será destinado ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que receberá cerca de R$ 3,3 bilhões, consolidando-se como o principal foco do pacote de investimentos.
A operação, estruturada como project finance non-recourse — em que o pagamento é feito pelas receitas do próprio projeto —, está entre os maiores financiamentos já concedidos ao setor aeroportuário brasileiro. Somando debêntures, linha Finem e oferta pública coordenada pelo BNDES e Santander, o apoio mobilizado para a Aena Brasil chega a R$ 5,7 bilhões.
Os recursos permitirão executar a Fase I-B das concessões, que envolve intervenções estruturais. Em Congonhas, estão previstas a ampliação do terminal de passageiros de 61 mil m² para 134 mil m², sete novas pontes de embarque, reformulação do embarque remoto e expansão das áreas comerciais. As obras serão concluídas em 2028. Nos demais aeroportos, o prazo é 2026.
Também serão beneficiados os terminais de Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá (MS), Santarém, Marabá, Carajás e Altamira (PA), além de Uberlândia, Uberaba e Montes Claros (MG). Juntos, eles movimentaram 27,5 milhões de passageiros em 2024, 12,8% do total nacional, resultado 3% acima do nível pré-pandemia. A estimativa é de geração de mais de 2 mil empregos durante as obras e 700 após a conclusão.
Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os investimentos ampliam capacidade, segurança e conforto ao passageiro. Para o turismo, representam melhores estruturas de embarque, atendimento mais eficiente e maior fluidez operacional em regiões estratégicas.
O mecanismo financeiro permitirá que, após as obras, a Aena refinancie sua dívida em condições mais competitivas. A operação recebeu rating AAA.br pela Moody's Local Brasil.
Aviação Regional
Grande parte dos terminais contemplados é de aeroportos regionais, o que deve ampliar a oferta de voos domésticos e fortalecer novas conexões. A modernização desses equipamentos melhora o atendimento ao turista, reduz gargalos e estimula o fluxo para cidades médias e destinos naturais. A expansão regional amplia rotas, diversifica o mapa turístico e fortalece economias locais ligadas ao setor.