Uma pesquisa inédita da Embratur, em parceria com a Visa e o Instituto Ipsos, revelou que 94% dos estrangeiros que visitaram o Brasil nos últimos 12 meses avaliaram a experiência como positiva. O estudo ouviu mais de 8 mil viajantes de Argentina, Chile, Estados Unidos, Portugal e Uruguai, que juntos respondem por quase 60% do fluxo internacional ao país em 2025.
O levantamento mostra que hospitalidade, hospedagem e gastronomia estão entre os principais fatores para a boa avaliação. Nove em cada dez visitantes afirmaram que recomendariam o Brasil e seis em cada dez falaram que fariam elogios espontaneamente, sem sequer serem questionados.
As praias (75%) e a natureza (63%) seguem como principais atrativos para quem chega ao Brasil, seguidas pelo preço competitivo (55%), um fator especialmente valorizado por argentinos e uruguaios. Já os turistas norte-americanos, com maior poder aquisitivo, destacaram a busca por experiências exclusivas e de maior valor agregado.
Esse recorte permite à Embratur segmentar melhor suas campanhas de promoção, calibrando o discurso de acordo com as preferências de cada mercado.
Segundo o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a pesquisa entrega um retrato estratégico. "A pesquisa nos entrega um mapa detalhado para comunicar o Brasil certo para o público certo, otimizando nossos recursos e ampliando o retorno. Os dados são fundamentais para que o país desenvolva estratégias de promoção segmentadas e mais eficazes. Independentemente do perfil do turista, nossa missão é ampliar ainda mais essa experiência positiva, diversificando a oferta e qualificando o turismo ", analisa Freixo.
Esse perfil dos visitantes também foi analisado. A maioria viajou por motivos pessoais (94%), com estadia média de 12 noites no país. Os portugueses lideraram em permanência, chegando a 18 noites, muitas vezes associadas a visitas familiares. No período, cada turista realizou em média cinco atividades, como sol e praia (64%), compras (47%), gastronomia (35%), visitas culturais (33%) e passeios em áreas naturais (33%). O carnaval foi citado como motivação por 5% dos entrevistados, mas eventos esportivos, festivais de música e manifestações culturais também ganharam espaço.
Os destinos mais visitados foram o Rio de Janeiro (42%), seguido por São Paulo (17%), Florianópolis (10%) e Salvador (5%). O Sudeste se consolidou como a região mais procurada (61%), seguido por Sul (25%) e Nordeste (25%). Estados do Norte e Centro-Oeste, como Amazonas (8%) e Distrito Federal (5%), também apareceram entre as menções, mostrando que há espaço para ampliar a diversificação do turismo nacional.
Gasto médio
Outro ponto destacado pelo levantamento é o gasto médio diário dos turistas, de US$ 175. Entre os mercados emissores, os norte-americanos lideraram com US$ 308,21 por dia, quase o triplo dos uruguaios, que gastaram US$ 114,73. Hospedagem (21%), alimentação (17%) e passagens aéreas (16%) foram os itens que mais comprometeram o orçamento. Restaurantes à la carte e redes de fast food foram os preferidos, mas cafeterias e buffets por quilo também tiveram relevância.
O levantamento apontou ainda que, embora 63% ainda usem dinheiro em espécie, os meios eletrônicos ganharam força: 55% utilizam cartão de crédito, 40% débito e 16% PIX — este último especialmente popular entre argentinos, com quase um terço deles adotando o sistema brasileiro em suas viagens.
No planejamento, 57% organizaram a viagem por conta própria, enquanto 23% recorreram a agências. Antes de embarcar, os turistas adquiriram em média 2,8 serviços antecipadamente, sobretudo hospedagem (82%) e pacotes turísticos (56%). Os norte-americanos se destacaram pela contratação de pacotes que incluíram em média três serviços.
A pesquisa ainda dividiu os turistas em cinco perfis: exploradores (27%), motivados por aventura; planejadores (24%), que detalham cada etapa; acolhedores (21%), guiados por vínculos afetivos; serenos (15%), em busca de tranquilidade; e distintos (13%), que valorizam status e sofisticação. Entre latino-americanos, predominam os exploradores, enquanto os norte-americanos aparecem mais nos segmentos sereno e distinto.
Os resultados reforçam o momento positivo do turismo brasileiro. Até setembro de 2025, o país recebeu mais de 7 milhões de visitantes internacionais, superando o recorde anual anterior de 2024, quando 6,77 milhões de estrangeiros desembarcaram no Brasil.
Com satisfação superior a 90% e alta taxa de recomendação, o Brasil se afirma não apenas como destino turístico, mas como experiência memorável.