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Salão do Turismo volta a São Paulo e aposta nos negócios para fomentar turismo doméstico

Evento espera receber mais de 30 mil pessoas por dia | Foto: Roberto Castro/ Mtur

O Salão Nacional do Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo, retorna a São Paulo entre os dias 21 e 23 de agosto, no Distrito Anhembi, com o objetivo de unir negócios, cultura e diversidade em um só espaço. A programação gratuita é voltada tanto ao público geral quanto à cadeia produtiva do turismo. A grande aposta desta edição é o fortalecimento do Feirão do Turismo: Conheça o Brasil, apresentado pela pasta como a "Black Friday" do setor, que pretende movimentar o mercado com promoções e condições especiais para viagens por todo o país.

Na década de 2000, o Salão era realizado anualmente na capital paulista. Após 12 anos fora do calendário do setor, foi retomado em 2023, numa iniciativa do ministro Celso Sabino.. Com formato itinerante, já passou por Brasília e Rio de Janeiro, e agora volta ao maior centro econômico do país.

Em meio a discursos sobre regionalização, sustentabilidade e inclusão, os eixos temáticos do evento, o destaque será a oportunidade de realizar negócios reais para os consumidores e empresários. Lançado na edição do ano passado, o Feirão ganha protagonismo, com 54 empresas confirmadas presencialmente e mais de 100 atuando no formato online, que terão três dias para consolidar a iniciativa como um instrumento efetivo de fomento ao turismo doméstico.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, espera que o esforço institucional traga resultados concretos para o trade turístico e ajude a popularizar as viagens dentro do país. "Queremos que seja um evento acessível, por isso a entrada gratuita, e repleto de oportunidades reais. Seja presencialmente em São Paulo ou de qualquer lugar do Brasil pela internet, esta será a melhor chance do ano para planejar as próximas férias", destaca.

O otimismo se sustenta com base no formato do Feirão. O evento contará com a presença de bancos como Caixa Econômica e Banco do Brasil, com representantes de grandes operadoras e agências de turismo oferecendo descontos em passagens, hospedagens, pacotes e experiências. Quem não puder ir ao Anhembi, terá acesso às ofertas virtualmente até o dia 27 de agosto, por meio de uma página especial no site do Ministério do Turismo.

O evento carrega também um compromisso implícito com a recuperação do setor. O mercado que foi impactado pela pandemia ainda enfrenta desafios como infraestrutura precária, baixa conectividade aérea e ausência de estratégias regionais consistentes. A aposta no fortalecimento da regionalização é uma das respostas do governo.

Durante o evento, será realizado o 2º Seminário Nacional de Regionalização do Turismo, com gestores públicos e representantes de instâncias regionais para discutir estratégias, apresentar boas práticas e fortalecer a governança local.

A secretária nacional de Políticas de Turismo, Cristiane Leal Sampaio, destaca que a regionalização é essencial para alinhar as ações às realidades locais. "Cada território tem seus próprios desafios e potencialidades. É por meio dessa escuta e integração que conseguiremos construir um turismo mais forte e sustentável."

O Salão também trará espaços de experiências, como o Hostel Interativo, voltado ao público mochileiro e o Espaço Sustentabilidade, com cases sobre empreendedorismo com responsabilidade ambiental. Além do Mercadão da Agricultura Familiar, uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário que terá 69 expositores e mais de 300 produtos à venda.

O Salão Nacional de Turismo 2025 se apresenta como uma ponte entre políticas públicas e consumidores, mas ainda carece de metas concretas de impacto econômico. O desafio é transformar a ação institucional em resultados mensuráveis, como mais ocupação hoteleira, mais voos, mais receita para destinos turísticos e, sobretudo, mais renda para trabalhadores do setor.

Ainda assim, o evento é uma vitrine da diversidade turística do Brasil, reunindo os 26 estados e o Distrito Federal em uma experiência que mistura negócios, cultura e entretenimento. A expectativa é receber milhares de visitantes, entre agentes de viagem, estudantes, gestores públicos e turistas.

Se o MTur alcançar as metas anunciadas, o Salão poderá deixar de ser apenas uma feira de exposições e ganhar protagonismo real como instrumento de fomento à indústria — a exemplo da ABAV Expo, que retornará em outubro ao Rio de Janeiro. Com o setor de turismo representando cerca de 8% do PIB nacional, é urgente um novo impulso institucional capaz de conectar políticas públicas a resultados concretos.