Por: Redação

Reeleito, João Martins toma posse para mais um mandato à frente da CNA

João Martins é empossado para mais um mandato como presidente da CNA | Foto: Divulgação

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins, reeleito por unanimidade para mais um mandato à frente da entidade, tomou posse, na terça (9), em Brasília.

Também foram empossados os vice-presidentes que vão compor a Diretoria Executiva e os integrantes do Conselho Fiscal (efetivos e suplentes) para o mesmo período (quadriênio 2025-2029).

A cerimônia de posse no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, reuniu representantes de entidades do agro, do setor privado, deputados, senadores, embaixadores, autoridades, familiares, produtores rurais, presidentes de Federações estaduais de agricultura e pecuária, diretores e integrantes do Sistema CNA/Senar.

Discurso

Ao iniciar seu discurso na cerimônia de posse, João Martins lembrou de sua trajetória, quando foi eleito pela primeira vez presidente da CNA há oito anos, e assumiu com “novas ideias” e consciente da responsabilidade de dirigir a maior entidade representativa da agropecuária brasileira.

“O agro em plena expansão, usando e sempre demandando inovações tecnológicas, precisava do apoio, mais do que nunca, do Sistema CNA/Senar”.

Classe média rural

Baseado no fundamento de que as pessoas só conseguem a verdadeira liberdade e autonomia se tiverem capacidade de se sustentar e progredir com os frutos do seu trabalho, João Martins fez, naquela época, uma promessa: criar uma nova classe média de produtores rurais, eficientes e competitivos, com acesso às modernas práticas existentes.

Para atingir esse objetivo dentro do universo de produtores, disse João Martins no discurso, “deveríamos apoiar cerca de 400 mil proprietários rurais” com um amplo e efetivo programa de assistência técnica, por meio de um Senar completamente reformado.

Para isso, falou o presidente da CNA, foi preciso romper com a velha tradição de aprendizado, “que foi útil no seu tempo, mas que não iria satisfazer as nossas exigências”.

“Temos orgulho de anunciar que atingimos a nossa meta. Alcançamos 400 mil pequenos produtores, em todos os pontos do país, priorizando as regiões menos favorecidas. Levamos a essa nova classe um conjunto de conhecimentos e assistência, que lhes permite alcançar o máximo de sua capacidade”, afirmou.

Cenários diferentes

Para Martins, o objetivo agora é prosseguir nesse trabalho buscando cada vez mais metas viáveis e ambiciosas. Falou ainda que naquela época o Brasil vivia um “cenário de esperança”. O presidente Michel Temer executava um programa de reformas econômicas, tirando o país da recessão, da inflação alta e do pesado endividamento público.

“Pareceu-nos que o país se reencontrava com o equilíbrio político e econômico”.

Foi nesse cenário que “reestruturamos as nossas instituições, mudamos radicalmente todos os conceitos de capacitação do Senar e objetivamos os trabalhos do Instituto CNA. Mas “hoje o momento é outro”.

João Martins afirmou que, no plano interno, a volta da crise fiscal, não por falta de impostos, mas por excesso de despesas governamentais, “preocupa-nos muito”, mas que a agropecuária brasileira, por sua capacidade fantástica de crescimento e expansão, busca dentro do possível a autossustentação.

“A agropecuária não depende de benesses, embora todos os países subsidiem seus setores agrícolas. Com uma insaciabilidade de novos equipamentos e tecnologias, estamos sempre mergulhando fundo na inovação”, disse.

Ao continuar seu discurso na posse, João Martins afirmou que as nossas instituições precisam acompanhar e, muitas vezes, se antecipar a momentos desafiadores.

E que não é “exagero afirmar que o conjunto de políticas econômicas do atual governo prejudica e muito as atividades do agro” e que é preciso estar preparado para esse novo momento que é diferente de oito anos atrás.

“O nosso Senar tem que acompanhar e, sempre que possível, antever as inovações, vivendo hoje o mundo do amanhã”.

Guerra comercial

Ao continuar o discurso na posse, João Martins afirmou que a guerra comercial entre as grandes potências, misturada às ideologias, afeta muito o Brasil, mesmo sendo o país um dos maiores produtores exportadores de alimentos.

E que paralelo a isso, os conflitos ideológicos atuais levam à insegurança jurídica, “tão perniciosa ao desenvolvimento socioeconômico do país”. “Precisamos de políticas públicas coerentes para corrigir as distorções da concorrência desleal adotada por alguns países”.

Sobre as políticas ambientais, o presidente da CNA diz que elas têm que ser equilibradas e levar em consideração, principalmente, as populações mais pobres, pois são as mais vulneráveis.

“As políticas climáticas não podem ficar indiferentes à sorte das pessoas reais e se manter no cerco da produção rural. Todos estamos preocupados com as mudanças climáticas. A produção rural já convive com a instabilidade do clima”, disse.

Defesa

O presidente da CNA afirmou ainda que a CNA sempre fez, e continuará fazendo, as defesas e as reivindicações necessárias dos produtores rurais e do agro brasileiro.

“Nosso sistema vive sob um princípio: devemos estar em todos os lugares, em todos os momentos em que o produtor rural precisar de nossa presença e de nosso apoio”, disse.

Ao final do discurso, João Martins disse ter a convicção de que nada impedirá a consolidação do Brasil como celeiro do mundo. Ele agradeceu toda equipe do Sistema CNA/Senar e à família e disse que todos estarão juntos para levar o “conhecimento necessário e fortalecer a grande trincheira de defesa do produtor rural”.

Ao discursar na posse do presidente da CNA, o ex-ministro Roberto Rodrigues disse que o Brasil tem um papel central para garantir a segurança alimentar e a paz mundial.

“Só com uma liderança forte como a do presidente João Martins conseguiremos construir, de fato, um Brasil com um protagonismo cada vez maior no mundo contemporâneo.”

No seu discurso, a senadora Tereza Cristina afirmou que o Brasil precisa de entidades e instituições fortes que defendam os produtores rurais.

“O papel de João Martins será central nesse próximo mandato. Precisamos que o senhor nos ajude e nos guie com firmeza. A agricultura brasileira precisa de lideranças competentes e firmes como o senhor. E no Congresso, vamos fazer a nossa parte."

Diretoria

O 1º vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira (RS), afirmou que a CNA é o grande “‘guarda-chuva” dos interesses da classe agropecuária brasileira.

“Temos um grande presidente que é João Martins, agora empossado com sua nova diretoria. Com absoluta certeza, ele estará na vanguarda da defesa do produtor rural brasileiro."

Para o 2º vice-presidente, Antônio Pitangui de Salvo (MG), “um setor que impulsiona a economia precisa se manter unido para que, cada vez mais, a gente possa trazer riquezas para o Brasil e uma vida melhor para nossos produtores rurais.”

Humberto Miranda (BA), 1º vice-presidente de Finanças, disse que produtor rural pode esperar dessa nova diretoria “muito trabalho, comprometimento e, acima de tudo, a defesa incansável do setor agropecuário brasileiro. É um setor que gera emprego e renda e que tem ajudado a sustentar a economia do Brasil."

O 2º vice-presidente de Finanças, Muni Lourenço (AM), falou que "o agro brasileiro tem se notabilizado por ser um setor que cresce com base em novas tecnologias. E, com certeza, isso será um desafio constante para a CNA, que continuará trabalhando para esse crescimento e para a segurança alimentar e a sustentabilidade do agro brasileiro."

Para Marcelo Bertoni (MS), 1º vice-presidente de Secretaria, o produtor rural está muito bem representado pela CNA. “Estamos sendo empossados hoje e vamos continuar trabalhando muito para continuar trazendo segurança jurídica e paz ao campo brasileiro."

O 2º vice-presidente de Secretaria, José Amílcar de Araújo Silveira (CE), afirmou que aceitou o convite de fazer parte da nova diretoria e vai “contribuir com a nova gestão para que a CNA possa cada vez mais aumentar seu protagonismo e tornar o agro do Brasil também cada vez mais forte."

Conselho

O Conselho de Representantes, formado pelas Federações de Agricultura e Pecuária, também elegeu, na chapa liderada por Martins, seis vice-presidentes que formam a Diretoria Executiva e os seis membros do Conselho Fiscal, três titulares e três suplentes.

Composição da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal (Quadriênio 2025-2029)

Diretoria Executiva

Presidente – João Martins da Silva Júnior (BA)

1º vice-presidente – Gedeão Silveira Pereira (RS)

2º vice-presidente – Antônio Pitangui de Salvo (MG)

1º vice-presidente de Finanças – Humberto Miranda (BA)

2º vice-presidente de Finanças - Muni Lourenço Silva Júnior (AM)

1º vice-presidente de Secretaria – Marcelo Bertoni (MS)

2º vice-presidente de Secretaria – José Amílcar de Araújo Silveira (CE)

Conselho Fiscal

Efetivos

Álvaro Arthur Lopes de Almeida (AL)

Paulo Carneiro (TO)

Hélio Dias de Souza (RO)

Suplentes

Raimundo Coelho de Souza (MA)

Luiz Iraçú Guimarães Colares (AP)

José Álvares Vieira (RN)