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Grupo de aldeia Pataxó em Paraty-RJ visita Cristo Redentor

Grupo de aldeia indígena de Paraty, na Costa Verde, visita Cristo Redentor, no Rio de Janeiro | Foto: Divulgação/Eletronuclear

Por Redação

Um grupo com 34 pessoas da aldeia Pataxó, em Paraty, município histórico localizado no interior do Estado do Rio, visitou o Cristo Redentor, na capital fluminense. A visitação faz parte do projeto batizado de "Cristo Redentor Experience", da Eletronuclear - que opera as usinas nucleares do país - por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, conhecida como a Lei Rouanet.

O projeto, segundo a Eletronuclear, é muito mais do que uma simples visita ao ponto turístico. Durante a visita, os indígenas têm uma experiência além da simples visitação ao monumento. Eles conhecem as instalações do projeto social e recebem diversas informações que os visitantes pagantes que sobem ao Cristo não têm.

Nesta visita, realizada no dia 26, o grupo ouviu uma mensagem do Padre Omar, reitor do projeto, conheceram como funcionam as projeções que são realizadas no local e ouviram algumas curiosidades sobre a construção e manutenção da obra.

Para o cacique Leonardo Muniz, a visita é uma oportunidade única.

-Para nós, indígenas, é muito importante conhecer um pouco mais da história do Cristo Redentor. A Eletronuclear fez esse convite e aceitamos com muito carinho, para uma oportunidade que muitas pessoas não têm. Agora voltamos para nosso território com mais conhecimento, então fico muito feliz por estar vivenciando esse momento junto com meu povo - completou.

Os visitantes puderam também tocar no Sagrado Coração de Jesus. De acordo com os guias, a tradição diz que todos que tocam na obra podem fazer um pedido, e Leonardo não perdeu a oportunidade. "Pedi que todos os povos indígenas tenham os seus territórios demarcados. Que todos consigam seguir suas tradições e nunca percam isso. Esse é o meu maior pedido, para que tudo dê certo na nossa família, no nosso povo e na nossa sociedade", afirmou.

Alessandra Muniz visitou o Cristo pela primeira vez e não mediu palavras para dizer o quão impressionada ficou com o que viu. "Eu estava muito ansiosa para chegar. Eu só conhecia o Cristo pela televisão ou em filme. Não imaginava que era tão lindo assim. A visita está 100% aprovada e vou falar para todos agora que tem que vir aqui conhecer, porque é maravilhoso", disse.

A Mairy tem 15 anos e foi outra que só teve elogios ao que viu. "Eu gostei muito das explicações dos guias. Quando estávamos subindo para o Cristo ela nos contou direitinho como foi construído, porque ele foi construído aqui e o que era pra ser. Eu gostei de tudo mesmo", completou.

Projeto existe desde o ano passado

O projeto foi lançado em agosto de 2024 e tem como objetivo oferecer aos visitantes que não teriam condições de pagar pela visita uma imersão interativa pela história do monumento, além de conhecê-lo pessoalmente.

Por meio de narrativas audiovisuais e sensoriais, o Cristo Redentor Experience permite explorar desde a concepção e construção do monumento até os desafios enfrentados ao longo de seus mais de 93 anos.

Grupos provenientes de projetos sociais, escolas públicas e privadas, movimentos culturais e iniciativas comunitárias são convidados a participar. Com transporte e visitas organizadas, os participantes têm a oportunidade de vivenciar o monumento como nunca antes, culminando em uma experiência sensorial, quando podem interagir com uma réplica do coração do monumento.

Grupo é originário da Bahia

Os Pataxós em Paraty representam um grupo indígena que se estabeleceu na região, originário da Bahia, e que busca preservar sua cultura e identidade. A aldeia "Iriri Kãnã Pataxi Üi Tanara", localizada em Paraty, é um espaço onde realizam rituais, cantos, e produzem artesanato, além de protegerem o meio ambiente local. A presença Pataxó em Paraty reflete a história de luta e resistência desse povo, que busca reconhecimento e respeito por sua cultura e território.

A aldeia "Iriri Kãnã Pataxi Üi Tanara" está localizada em uma área próxima à praia do Iriri, em Paraty. A comunidade Pataxó busca fortalecer a integração com a natureza e com seus ancestrais através de rituais, cantos e danças.

O artesanato produzido na aldeia, feito com materiais encontrados na natureza, é uma forma de expressão cultural e fonte de renda. A aldeia também realiza vivências abertas ao público, com rituais, cantos e danças, promovendo a troca cultural entre indígenas e não-indígenas.