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Empregados da Eletronuclear anunciam greve nesta terça e estatal reforça acordo

Sede do Sindicato dos Eletricitários de Angra dos Reis e de Paraty, na Costa Verde | Foto: Reprodução/Google Maps

Empregados da Central Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada em Angra dos Reis (RJ), notificaram oficialmente a Eletronuclear para informar que fariam uma greve a partir desta terça-feira (08) por tempo indeterminado. A base da cidade, localizada na região da Costa Verde, conta com cerca de 1.250 funcionários e no Rio de Janeiro, conta com 550 trabalhadores que ainda decidem se haverá greve nesta segunda (07).

Segundo o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Angra e Paraty (Stiepar), Cassio Titilico, há cerca de dois anos que a estatal não paga a data-base e em maio, será o terceiro ano sem o reajuste. Ao veículo Petronotícias, o presidente do sindicato explicou que 6,76% referentes a 100% do IPCA de 2022, mais 3,69% do IPCA de 2023/2024 não foram pagos pela Eletronuclear, cujo percentual é aplicado sobre cada salário e benefício. Outra crítica, seria a exclusão da comissão de representantes sindicais da comissão de dispensa coletiva.

- Já tentamos negociações com a empresa. No entanto, afirma que não pode pagar e usa como justificativa a situação de Angra 3. O trabalhador não pode ser penalizado por um investimento do governo - disse.

Nota da Eletronuclear

A Eletronuclear esclareceu em nota divulgada na última sexta-feira (04) que, em razão da greve, está adotando todas as providências necessárias para garantir a operação segura de suas usinas nucleares e apontou a última proposta feita aos funcionários.

- A empresa esclarece que apresentou proposta de acordo com reajuste integral de salários e benefícios pelo IPCA, num percentual de 3,69%. A empresa lamenta o impasse gerado pelas entidades sindicais que condicionam a assinatura do acordo a inclusão de cláusula que lhes dá participação no poder de gestão da companhia. Desta forma, a Eletronuclear ficaria obrigada a ter anuência destas entidades para poder modificar normativos internos, o que fere a legislação vigente (art. 138 da lei 6404/1976) e suas próprias regras de governança - disse.

Ainda, em nota, desmentiu a informação de que aconteceu a demissão de 250 trabalhadores e afirmou que, ao longo de 2024, ao menos 133 empregados aderiram voluntariamente ao plano de desligamento incentivado pela estatal, além de outros 90 trabalhadores já aposentados que serão desligados no decorrer de 2025. "Essas medidas integram um processo de adequação de custos, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade da empresa", afirmou. Por fim, a Eletronuclear concluiu que: "está aberta ao diálogo com as entidades sindicais, tendo mantida sua proposta de acordo com reajuste integral do IPCA para salários e benefícios. A questão segue agora na esfera da justiça trabalhista e a empresa continua buscando um entendimento, até o momento sem sucesso".