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Monobloco encerra Circuito de Megablocos do Rio

Já de tradição, Monobloco encerra mais um carnaval carioca com grande estilo | Foto: Fernando Maia/Riotur

O Monobloco, um dos cortejos mais aguardados do Carnaval de Rua do Rio, atraiu 100 mil foliões com a sua poderosa bateria à Rua Primeiro de Março, no Centro da cidade, neste domingo (9), dando início ao encerramento da folia a céu aberto da Cidade Maravilhosa. Ao som de sambas clássicos, MPB e muito pop nacional, o cortejo capitaneado pelo músico Pedro Luís celebrou 25 anos de folia no Rio, com o tema "Nossa história de amor". Na despedida do Carnaval 2025, o público se esbaldou por toda a cidade, que terá, ao longo do dia, 17 apresentações nas ruas.

"Graças ao carinho do público estamos há 25 anos nessa brincadeira. Acima de tudo, são as histórias de amor que marcam a nossa caminhada, e nós agradecemos ao público devolvendo em dobro todo o amor que recebemos, a cada ano", afirma Celso Alvim, mestre de bateria e um dos fundadores do Monobloco.

No repertório do cortejo, sucessos que marcaram gerações, como "Taj Mahal", "Fio Maravilha" e "País Tropical", de Jorge Ben Jor; "Peguei um Ita no Norte", enredo do Salgueiro de 1993; "Meu bloco na rua", de Sérgio Sampaio; e "Zé do Caroço", de Leci Brandão, clássicos executados pelos 140 ritmistas formados nas oficinas do bloco ao longo do ano. Nesta edição, o desfile contou ainda com um abre-alas especial, reunindo amigos do Monobloco, além da estreia do casal de mestre-sala e porta-bandeira William Miranda da Silva e Aline da Silva Lima.

"O Monobloco devia desfilar mais vezes no Carnaval. Não tem repertório melhor entre os blocos de rua. E essa bateria fantástica? Dá vontade de aprender a tocar só pra desfilar junto", resume Marina Oliveira, moradora de Ramos e fã do cortejo desde a sua fundação, no ano 2000.

Jéssica de Jesus, amiga de Marina, viveu a experiência pela primeira vez e se surpreendeu: "Ela me chama todo ano e eu nunca venho. Mas dessa vez não tive como escapar, e estou muito feliz de ter vindo".

Além da bateria, o Monobloco apresentou uma ala coreografada logo à frente dos ritmistas, e contou com a já tradicional presença dos integrantes do Cacique de Ramos, bloco entre os ícones da história do Carnaval no Rio, todos os anos reverenciado pelo cortejo de Pedro Luís.

"O Monobloco é muito especial porque é o encerramento da festa. A reverência que eles fazem ao Cacique é única, um bloco de referência grande no Carnaval do Rio. E nada mais justo que o próprio Monobloco reconheça a nossa importância, da mesma forma que nós reconhecemos a deles. Essa troca é algo incrível", afirmou Lúcio Cláudio, da diretoria do Cacique de Ramos.

Celso Alvim aproveitou para saudar agremiações antigas do Carnaval de Rua e parcerias como as do Cordão da Bola Preta, Boitatá, Céu na Terra e, é claro, Cacique de Ramos: "Saúdo todas as agremiações parceiras, todos os sambistas que fazem história no Rio de Janeiro. Tudo o que a gente faz vem das escolas de samba. Muito obrigado a esse povo que resiste, fazendo essa festa linda. Alô, Neguinho da Beija Flor, faço um convite: agora que você está com mais tempo livre, vem cantar com a gente", convida Alvim, emocionado.

Criado no ano 2000, o Monobloco nasceu como uma oficina de percussão e, ao longo dos anos, formou diversos ritmistas, inspirou outros blocos e levou sua batucada para palcos pelo Brasil. Mas é sempre no domingo de pós-Carnaval que a grande festa acontece. O cantor e compositor Pedro Luís, também fundador da agremiação, relembra: "Quando a gente se propôs a montar uma oficina usando instrumentos do samba para contemplar a diversidade da música brasileira, não imaginávamos que chegaríamos aos 25 anos formando tantos batuqueiros e reunindo milhares de pessoas em torno dessa festa".

A folia continuou ao longo do dia, com desfiles do Bloco Cultural 7 Paus, em Vila Isabel; Aí, Sim, na Tijuca; Quem Vai, Vai, Quem Não Vai Não Cagueta, no Jardim Guanabara; Cordão da Bola Roxa, em Paciência; e Balbúrdia de Realengo, no bairro de mesmo nome, na Zona Oeste. Ao todo, 17 cortejos estavam na programação deste domingo (9).