Por Sônia Paes
Engana-se quem pensa que Volta Redonda, conhecida como a Cidade do Aço, por abrigar a Companhia Siderúrgica Nacional, tem os olhos voltados somente para o aço. O município tem amantes de carros antigos e fundaram, em meados de 1987, o Clube de Antiguidades Automotivas de Volta Redonda.
Desde a década de 90, os entusiastas participam de exposições, principalmente na Ilha São João, e percorrem todo o país. Antes de o clube sair do papel, o grupo se reunia na Praça Brasil, onde estacionava os veículos e conversava sobre as "novidades" do mercado.
Os encontros surtiram efeitos e os sonhos saíram do papel: a entidade foi formalizada como uma instituição sem fins lucrativos e legalizada. E mais: foi criada logamarca que representa o clube, que promove encontros praticamente mensais e um de grande porte anual. Com isso, tornou-se referência no Sul Fluminense e participa também de eventos nacionais e internacionais.
Uma nova conquista aconteceu em 2001, quando o Denatran autorizou o clube a vistoriar veículos com mais de 30 anos e emitir o Certificado de Originalidade. A autorização permitiu que os sócios do clube tenham acesso às tão cobiçadas placas pretas, marca em veículos de coleção.
O clube tem atualmente raridades e peças únicas no país. Os carros do clube estão presentes ainda em eventos promovidos pela Prefeitura de Volta Redonda, como a famosa "Rua de Compras", que é feita em diversos pontos comerciais, sempre aos domingos, com a finalidade de incrementas as vendas no comércio.
Nascimento
em Volta Redonda
A CSN, implantada em Volta Redonda por Getúlio Vargas, carrega ainda a história do Rolls-Royce presidencial. O carro foi apresentado em Volta Redonda, em 1953, no segundo governo de Vargas. O veículo foi transportado de navio de Londres para o Rio e trata-se de uma raridade. Foi o último modelo a ter a carroceria definida pelo comprador
O carro foi às ruas em 1º de maio de 1953, durante uma comemoração pelo Dia do Trabalho em Volta Redonda-RJ.
O Rolls-Royce passou a ser usado tradicionalmente pelos chefes de estado que sucederam Getúlio e o fato ocorre até os dias de hoje. O primeiro a usá-lo na solenidade de posse foi Juscelino Kubitschek, em 1956, no Rio, assim como Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Bolsonaro. A raridade frequentemente conduz o presidente da República no desfile de 7 de setembro.