Uma pesquisa da fintech meutudo com 5.337 participantes revela que a aposentadoria da maioria dos brasileiros depende exclusivamente do INSS. Do total, 70% recebem apenas o benefício previdenciário, 18% combinam o INSS com outras fontes de renda, como aluguéis ou trabalhos extras, e 12% complementam com previdência privada. O levantamento foi realizado em razão do Mês do Idoso, em outubro.
O estudo também mostra que a renda do INSS nem sempre é suficiente para cobrir as despesas mensais: 40% afirmam precisar complementar a renda, 21% dizem conseguir se manter, mas no limite, e 39% relatam sobra de dinheiro ao final do mês.
"Apesar de muitos aposentados conseguirem manter as contas essenciais em dia, a realidade mostra que falta autonomia econômica para lidar com imprevistos e garantir qualidade de vida. Planejamento financeiro é a chave para ampliar essa liberdade", analisa Marcio Feitoza, CEO da meutudo.
Quando o assunto é qualidade de vida, a maioria ainda concentra os gastos nas necessidades básicas: 66% dos aposentados conseguem pagar apenas contas essenciais, como moradia, alimentação e saúde. Apenas 21% afirmam ter margem para despesas extras, como lazer e vestuário, e 12% conseguem investir, viajar ou ajudar financeiramente familiares.
O planejamento financeiro para a aposentadoria segue como um desafio: 57% dos entrevistados não realizaram qualquer tipo de preparação, 30% optaram por previdência privada e 12% recorreram a outras formas de planejamento, como investimentos ou imóveis.
"Investir em educação financeira e alternativas de complementação de renda não é apenas sobre dinheiro. É sobre dar mais autonomia aos aposentados e permitir que eles vivam com segurança e liberdade", completa Feitoza.
Suspensão de acordos
O INSS suspendeu novas operações de crédito consignado para aposentados e pensionistas feitos pelo Banco Inter S.A e pelo Paraná Banco S.A, além de outras duas instituições financeiras: Facta Financeira S.A. e Cobuccio Sociedade de Crédito Direto S.A. Os quatro despachos foram publicados no Diário Oficial da União.
Segundo o INSS, a medida — de natureza cautelar — é necessária "para cessar as irregularidades e salvaguardar o interesse público, até a conclusão definitiva dos processos de apuração".
Na semana passada, o INSS já tinha determinado a suspensão de operações com desconto em folha feitas pelo banco Master, devido a uma análise técnica e jurídica, segundo a qual a instituição financeira não teria comprovado, de forma objetiva, "o atendimento integral à legislação e aos regulamentos que disciplinam o crédito consignado".
Em situações como essa, as operações de crédito já em andamento são mantidas, com o devido desconto das parcelas do empréstimo em folha de pagamento, em respeito aos contratos já firmados pelos segurados com as instituições. Apenas novas concessões de crédito ficam suspensas.