Por: Martha Imenes

Aposentados: 70% dependem somente do benefício do INSS

Em caso de dúvida use os canais oficiais do INSS: por aplicativo, site ou central 135 | Foto: Divulgação

Uma pesquisa da fintech meutudo com 5.337 participantes revela que a aposentadoria da maioria dos brasileiros depende exclusivamente do INSS. Do total, 70% recebem apenas o benefício previdenciário, 18% combinam o INSS com outras fontes de renda, como aluguéis ou trabalhos extras, e 12% complementam com previdência privada. O levantamento foi realizado em razão do Mês do Idoso, em outubro.

O estudo também mostra que a renda do INSS nem sempre é suficiente para cobrir as despesas mensais: 40% afirmam precisar complementar a renda, 21% dizem conseguir se manter, mas no limite, e 39% relatam sobra de dinheiro ao final do mês.

"Apesar de muitos aposentados conseguirem manter as contas essenciais em dia, a realidade mostra que falta autonomia econômica para lidar com imprevistos e garantir qualidade de vida. Planejamento financeiro é a chave para ampliar essa liberdade", analisa Marcio Feitoza, CEO da meutudo.

Quando o assunto é qualidade de vida, a maioria ainda concentra os gastos nas necessidades básicas: 66% dos aposentados conseguem pagar apenas contas essenciais, como moradia, alimentação e saúde. Apenas 21% afirmam ter margem para despesas extras, como lazer e vestuário, e 12% conseguem investir, viajar ou ajudar financeiramente familiares.

O planejamento financeiro para a aposentadoria segue como um desafio: 57% dos entrevistados não realizaram qualquer tipo de preparação, 30% optaram por previdência privada e 12% recorreram a outras formas de planejamento, como investimentos ou imóveis.

"Investir em educação financeira e alternativas de complementação de renda não é apenas sobre dinheiro. É sobre dar mais autonomia aos aposentados e permitir que eles vivam com segurança e liberdade", completa Feitoza.

Suspensão de acordos

O INSS suspendeu novas operações de crédito consignado para aposentados e pensionistas feitos pelo Banco Inter S.A e pelo Paraná Banco S.A, além de outras duas instituições financeiras: Facta Financeira S.A. e Cobuccio Sociedade de Crédito Direto S.A. Os quatro despachos foram publicados no Diário Oficial da União.

Segundo o INSS, a medida — de natureza cautelar — é necessária "para cessar as irregularidades e salvaguardar o interesse público, até a conclusão definitiva dos processos de apuração".

Na semana passada, o INSS já tinha determinado a suspensão de operações com desconto em folha feitas pelo banco Master, devido a uma análise técnica e jurídica, segundo a qual a instituição financeira não teria comprovado, de forma objetiva, "o atendimento integral à legislação e aos regulamentos que disciplinam o crédito consignado".

Em situações como essa, as operações de crédito já em andamento são mantidas, com o devido desconto das parcelas do empréstimo em folha de pagamento, em respeito aos contratos já firmados pelos segurados com as instituições. Apenas novas concessões de crédito ficam suspensas.

 

Ministério pede planilha detalhada

O Ministério da Previdência Social solicitou então a "apresentação de planilha detalhada, discriminando as tarefas executadas com pagamento de bônus e sua respectiva classificação entre reconhecimento de direito e revisão do BPC"; "a estruturação do recurso orçamentário necessário à realização das revisões das perícias de BPC, conforme previsto no art. 2º da Lei nº 15.201, de 09 de setembro de 2025"; e, por fim, "a identificação das tarefas já executadas no âmbito do PGB que estão sem cobertura orçamentária para concretização do pagamento".