Por: Martha Imenes

Percepção da população sobre servidores públicos melhora

Datafolha: 82% avaliam que mais representatividade racial melhoraria o serviço público | Foto: Pixabay

Pesquisa "Opinião dos brasileiros sobre a Gestão de Pessoas e Lideranças no Setor Público" realizada pelo Datafolha mostra que 46% das pessoas entrevistadas avaliam melhor o funcionalismo. Em 2021, esse percentual era de 36%. Ainda na edição deste ano, 20% dos participantes deram nota 10 ao desempenho dos profissionais do serviço público.

Para 74% dos entrevistados, medidas como concursos, progressão de carreira e capacitação ajudam a combater a corrupção e a melhorar a qualidade do atendimento. A gestão de desempenho, com avaliações frequentes e recompensas ou punições de acordo com os resultados, tem aprovação de 94%.

A pesquisa do Datafolha mostrou que 92% da população acreditam que servidores poderiam oferecer mais à sociedade se tivessem melhores condições de trabalho. Além disso, 75% enxergam a estabilidade no emprego como um mecanismo de proteção contra pressões ou perseguições políticas.

Encomendada pelo Movimento Pessoas à Frente, ouviu 2.008 pessoas em todas as regiões do país, de 9 a 12 de junho.

 

Assédio é crime e dá cadeia

Medidas de combate ao assédio receberam ampla aceitação pelos entrevistados. Para 89%, programas específicos são importantes, enquanto 92% apoiam a criação de redes de apoio entre servidoras.

Lembrando que o assédio (moral e sexual) é crime e não precisa ser físico para causar danos profundos.

A legislação prevê punições para o assédio. No caso do sexual, o Código Penal (Art. 216-A) determina detenção de 1 a 2 anos. A pena pode ser aumentada se houver agravantes, como reincidência ou abuso de autoridade.

No caso do moral, embora não haja artigo específico no Código Penal, ele pode ser enquadrado em crimes contra a honra (injúria, calúnia, difamação), responsabilidade civil, que gera pagamento de indenização por danos morais e materiais, e conforme a CLT (Lei 14.457/2022), as empresas podem ser responsabilizadas e obrigadas a adotar medidas preventivas.

Os entrevistados demonstraram apoio à ampliação da diversidade: 80% defendem reserva de vagas em cargos de liderança para mulheres, negros, indígenas e quilombolas.

Outros 82% concordam com cotas em concursos e avaliam que o aumento da representatividade racial melhoraria o serviço público. No caso das mulheres, o índice chegou a 90%.