Contrariando a máxima que assegura que o brasileiro deixa tudo para em cima da hora, uma pesquisa mostra que os gastos de Natal já estavam no radar de 49,2% dos brasileiros desde o início de novembro. Outros 29,4% tinham a pretensão de iniciar o planejamento no início de dezembro e 14,9% ainda não tinham pensado sobre o assunto. Os dados foram coletados pela PiniOn, empresa de pesquisa de mercado que ouviu 1.553 pessoas em diversos estados.
Entre os valores previstos, 33,4% pretendem gastar até R$ 300, 26,5% entre R$ 301 e R$ 600, 12,1% entre R$ 601 e R$ 900 e 10,2% acima de R$ 900. As mulheres predominam entre os que gastarão até R$ 300, enquanto os homens lideram a faixa de R$ 301 a R$ 600. O Nordeste concentra a maior intenção de gastos modestos (35,1%), enquanto o Sudeste lidera nos gastos mais altos (11,7%).
Mesmo diante da atenção crescente ao orçamento, o Natal continua sendo um momento de grande relevância para os brasileiros, reunindo familiares, amigos e movimentando o varejo nacional. De acordo com a pesquisa, 69,7% dos brasileiros afirmam que celebram a data todos os anos, enquanto 20,5% o fazem às vezes e 9,9% não comemoram.
Mais homens
Já entre os que comemoram apenas às vezes, 18,6% são mulheres e 22,6% homens. Entre aqueles que não costumam celebrar, a proporção masculina é maior, com 11,1% dos homens, frente a 8,7% das mulheres. Os números revelam que, embora a tradição seja forte, há nuances importantes de gênero, idade e região na forma como o brasileiro se relaciona com a data.
Para Talita Castro, antropóloga e CEO do PiniOn, os resultados evidenciam que os brasileiros seguem valorizando as datas comemorativas sem deixar de se atentar aos preços. "Os dados indicam que, mesmo em um cenário de atenção ao custo-benefício e às promoções, os brasileiros continuam reconhecendo a importância das datas comemorativas como forma de conexão afetiva e celebração. Antes mesmo de olhar o preço, o consumidor busca encontrar algo que realmente faça sentido para o presenteado, o que revela um público cada vez mais estratégico, conciliando planejamento financeiro com experiências significativas junto a familiares e amigos", explica.
Planejamento
Além do orçamento, a pesquisa também analisou como os brasileiros pretendem comemorar o Natal em 2025. Para 30,5% dos respondentes, a intenção é fazer uma super comemoração, enquanto 57,6% planejam celebrar de modo mais simples e 11,8% não planejam comemorar. Entre os que optam por uma festa mais elaborada, os homens aparecem com leve predominância (31,1% frente a 30% das mulheres), e a faixa etária de 18 a 24 anos lidera entre os que farão super comemorações (41,4%). Já a classe A concentra a maior parte das celebrações sofisticadas (74,4%), enquanto, regionalmente, o Norte se destaca com 36,8% e o Nordeste com 32,4%.
Por outro lado, a celebração simples predomina entre mulheres (59%) e pessoas acima de 45 anos (60%), com maior presença nas classes C, D e E. A região Sudeste lidera entre as comemorações mais básicas, com 60% dos entrevistados, seguida pelo Centro-Oeste (58,1%) e Nordeste (57,7%). Entre os que não planejam comemorar, predominam homens (12,8%), com idade acima de 45 anos (14,5%), das classes D e E (20,6%) e residentes do Centro-Oeste (15,3%).
Escolhas de presentes
Reunir a família é o principal motivo para celebrar o Natal para 47% dos brasileiros, seguido por presentear pessoas queridas (16%) e entrar no clima da data (12,4%). Quanto aos presentes, 27% priorizam itens que tenham significado, 23,4% optam por presentes úteis, 20,8% prezam pelo efeito surpresa e 20,4% escolhem lembrancinhas simbólicas. Presentes feitos à mão aparecem em 19,8% das escolhas, enquanto 29,4% nunca consideraram essa opção.
"Os brasileiros priorizam celebrar com significado, mas sem abrir mão do controle sobre os gastos. O que percebemos é que o Natal não é visto apenas como forma de dar e receber presentes, é sobre estar junto de quem importa e fazer isso de forma planejada e cosnciente", destaca a executiva.