Por: Martha Imenes

Última Super Quarta do ano reacende projeções do mercado

Super Quarta decidirá rumo de juros da economia do Brasil e dos Estados Unidos | Foto: Divulgação

Por Martha Imenes

A taxa básica de juros, Selic, hoje em 15%, tem mantido o mercado financiro e até mesmo o governo apreensivos. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, têm reclamado do prolongamento da  taxa básica nesse patamar, porque freia o consumo (a fim de combater a inflação) e nos últimos meses tem provocado mais saída de recursos da caderneta de poupança. Especialistas avaliam que a retirada da poupança pode representar falta de dinheiro em circulção na economia. Por isso a última Super Quarta do ano está voltada para os mercados globais com foco nas decisões monetárias no Brasil e Estados Unidos. Ambas as autoridades definem novos rumos dos juros, com apostas praticamente unânimes entre os analistas.

No Brasil, a expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a Selic em 15% ao ano, movimento amplamente sinalizado nas últimas atas e reforçado pelos dados recentes de inflação e atividade econômica. Apesar disso, o elemento mais aguardado não é a decisão em si, mas as mensagens que o Banco Central deve transmitir no comunicado pós-reunião.

Manuteção

"Aqui no Brasil, a percepção do mercado é praticamente unânime de que a Selic será mantida em 15%. Qualquer alteração nesse sentido seria uma surpresa e pegaria o mercado de forma desprevenida", avalia Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve tende a seguir em direção oposta, com forte probabilidade de cortar os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano.

"No Brasil, o foco está principalmente sobre a comunicação do Banco Central. A retirada recente da expressão 'tempo suficientemente prolongado' das atas foi interpretada pelo mercado como uma abertura para iniciar cortes a qualquer momento. Com isso, já existem apostas para janeiro acontecer um corte de 0,25 ponto percentual, e outros, mais otimistas, vislumbrando até 0,50 pontos percentuais. Por isso, mais do que a decisão em si, o mercado estará atento à ata e ao tom da comunicação, que devem indicar a velocidade e a convicção desse possível movimento", avalia Cunha.

Nos Estados Unidos

Quando se observa principalmente na véspera os mercados lá fora eles seguem operando na expectativa de um corte de 25 pontos base pontos base.

"Então isso já era amplamente esperado pelo mercado. O SEME Group já apontava 80% de chance de vir esse corte de 0,25. Só que o mercado ele está muito mais preocupado exatamente porque ele observa um Fomc bastante dividido". diz em nota.

Mercado de trabalho

Essa semana, segundo o relatório, mostra porque o mercado de trabalho tem sido um principal fator para esse corte de juros. "Uma vez que a inflação também segue bastante resiliente o que teria um movimento contrário mas o FED a princípio ele mostra ali uma preocupação muito mais forte com o mercado de trabalho", pontua.

Então a decisão em relação ao FED apesar da precificação de 0,25 ela é muito mais no qual discurso ele pode adotar para 2026. Então ele tem operado a questão de mercado de trabalho e a ponta de juros precificação de 80%.

Galípolo

Já no Brasil é seguimos sem qualquer tipo de mudança então a gente tem visto ali uma fala bastante firme do Galípolo em relação à manutenção da taxa de juros e o horizonte que ele observa é de fato ali esse movimento de uma inflação que segue bastante resiliente inclusive ele trouxe algumas falas no mercado há duas semanas atrás dizendo que pelas projeções atuais o Banco Central não deve entregar a inflação dentro do nível esperado.

Trade político

Então a precificação entre 15% segue esse movimento em relação ao trade político que começou mais recentemente isso não deve mudar a perspectiva em relação a qualquer mudança. Então o mercado já precifica 15% no Brasil 0,25 para os Estados Unidos.