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Consumo das famílias bateu recorde

A agropecuária, os serviços e o consumo das famílias também alcançaram nível recorde. Por outro lado, a indústria se encontra 3,4% abaixo do nível mais alto, atingido no terceiro trimestre de 2013.

Os dados do IBGE apontam tendência de desaceleração da economia ao longo de 2025. No acumulado de quatro trimestres, no fim de março, o crescimento foi de 3,6%. Três meses depois, passou para 3,3%, até chegar a 2,7% no fim de setembro.

De acordo com a analista Claudia Dionísio, um dos principais fatores que levam à desaceleração é a política monetária restritiva, ou seja, o patamar alto dos juros.

"Os juros mais altos comprometem várias atividades da economia", avalia.

Entre as atividades mais afetadas pelos juros, ela cita a indústria de transformação (seguimento que transforma matéria-prima em produto final ou intermediário), investimentos e o consumo das famílias, "que tem relação com o crédito", justifica.

No entanto, a pesquisadora aponta que fatores como mercado de trabalho aquecido, aumento da renda dos trabalhadores e da massa salarial e programas assistenciais de transferência de renda aceleram a economia, de certa forma.

"Mitigam um pouco os efeitos contracionistas", afirma.

O Brasil tem registrados nos últimos trimestres os menores índices de desemprego já apurados.

A taxa básica de juros no país, a Selic, está em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006 (15,25%). A Selic é decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que defende o nível elevado como forma de combater inflação, acumulada em 4,68% em 12 meses.

Ao esfriar a economia, a taxa de juros alta tende a diminuir a procura por bens e serviços, de forma a frear a alta de preços. O efeito colateral é o obstáculo à geração de emprego e ao crescimento econômico.