O ano é 2025, a Constituição Federal foi promulgada em 5 de outubro de 1988, portanto fez 37 anos. O que deveria já ter mudado permanece: a desigualdade entre negros e brancos. De acorco com a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas pretas ou pardas que trabalham como diretores e gerentes recebem, em média, 34% menos que branco nesses mesmos cargos. Enquanto os diretores e gerentes brancos ganham R$ 9.831, os negros têm rendimento mensal de R$ 6.446. A diferença é R$ 3.385.
A constatação faz parte de levantamento do IBGE. Os dados são referentes a 2024 e levam em conta trabalhadores com 14 anos ou mais de idade.
Em 2012, quando começou a série do IBGE, os negros recebiam 39% menos. Já em 2023, o percentual diminuiu para 33%.
O estudo traz, também, informações sobre o rendimento de trabalhadores de dez grandes grupos ocupacionais, conforme definição do IBGE.
O instituto não utiliza o termo negro. Mas o Estatuto da Igualdade Racial considera população negra o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas.
De acordo com o Censo 2022, pretos e pardos representam mais da metade (55,5%) da população brasileira.
Negros sempre em desvantagem
Em todos os grupos pesquisados, os brancos ganham mais. A maior diferença é nos cargos de diretores e gerentes.
A segunda maior disparidade é entre os profissionais das ciências e intelectuais. Nesse segmento, os brancos recebem R$ 7.412, e os negros, R$ 5.192. São R$ 2.220 a mais no bolso dos brancos.
A menor diferença salarial é na categoria Forças Armadas, policiais e bombeiros militares. Nesse grupo, os brancos recebem R$ 7.265, e os pretos ou pardos, R$ 6.331. Uma diferença de R$ 934.