O Índice de Intenção de Compras do Varejo aponta que antecipação de ofertas em novembro e força do e-commerce explicam o cenário
O movimento no varejo físico no último dia 28 de novembro, sexta-feira oficial da Black Friday, foi menor do que em 2024. Segundo dados do IICV (Índice de Intenção de Compra do Varejo), medido pela Seed Digital, as lojas registraram uma queda de 3,7% em comparação ao ano anterior.
"Apesar da retração no fluxo físico, esse movimento não reflete desinteresse, mas sim a consolidação do modelo "Black November" e o forte apelo do canal digital nesta data", afirma Sidnei Raulino, CEO da Seed Digital.
Na contramão da queda geral, o setor de Telefonia foi o grande destaque positivo no varejo físico, com crescimento de 9,3%, reforçando a preferência do consumidor por itens de maior valor agregado e tecnologia na data. O setor de Perfumaria também operou no azul, com alta leve de 0,2%.
Por outro lado, a categoria Moda e Acessórios apresentou queda de 8,6%, mesmo com ações promocionais pontuais ao longo do mês. Já Artigos Esportivos recuou 5,3%, mantendo o padrão histórico de desempenho mais discreto na data.
O recorte por formato de loja trouxe um dado curioso: o varejo de Rua mostrou resiliência ao crescer 1,1%, enquanto as lojas de Shopping caíram 5% na Black Friday deste ano. Aperspectiva para dezembro é de inversão desse cenário. Com a chegada do clima natalino, decoração e eventos de fim de ano, o fluxo tende a voltar com força para os shoppings.
"A Black Friday não perdeu relevância no varejo físico, ela apenas consolidou sua essência de 'compra de oportunidade', onde a briga por preço é mais forte no online. O consumidor está mais planejado e menos dependente do dia oficial. O desafio do varejo físico agora é se ajustar a essa nova lógica", finaliza o CEO da Seed Digital.