Por: CORREIO ECONÔMICO

CORREIO ECONÔMICO | Fazenda reduz para 2,2% projeção de alta do PIB

Ministério refez levantamento da projeção da safra | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A desaceleração da economia provocada por juros altos surtirá efeitos sobre a atividade econômica brasileira. O Ministério da Fazenda reduziu de 2,3% para 2,2% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB - soma das riquezas produzidas no país) em 2025. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (13), em Brasília, no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE).

Segundo o ministério, a revisão decorre do desempenho mais fraco da economia no terceiro trimestre e dos efeitos defasados da política monetária restritiva. Para 2026, a projeção de crescimento foi mantida em 2,4%.

A projeção para a inflação oficial (IPCA) em 2025 caiu de 4,8% para 4,6%, mas o índice ainda deve encerrar o ano acima do teto.

 

Teto

Para 2026, a expectativa do teto da meta foi revisada de 3,6% para 3,5%. A SPE prevê que a inflação deve convergir para 3,2% até o segundo trimestre de 2027, horizonte considerado relevante para a política monetária, conforme a Secretaria de Política Econômica (SPE).

PIB

A revisão do PIB para 2025 mostra dinâmicas distintas entre os setores da economia. A agropecuária foi o destaque positivo com previsão de crescimento elevada de 8,3% para 9,5%. A indústria recuou de 1,4% para 1,3%, e o setor de serviços passou de 2,1% para 1,9%.

Safra deve recuar 3,7% em 2026, depois de recorde

A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve somar 332,7 milhões de toneladas em 2026. Esse resultado representa recuo de 3,7% em comparação a este ano, que marca um recorde.

As estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, todos os meses, apresenta o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Essa é a primeira edição a trazer dados para 2026.

Para este ano, a estimativa do IBGE é de uma safra de 345,6 milhões de toneladas, a maior já observada no país, sendo 18,1% mais volumosa que a de 2024.

Médias

"Para 2026, a gente está no início de safra ainda, então a gente trabalha muitas vezes com médias ainda de rendimentos de anos anteriores, por isso também essa queda um pouco da produção e, provavelmente, o clima não será assim tão favorável", completa.

La Niña

Guedes descreve que 2026 será o ano sob a influência do fenômeno La Niña, com resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial, que traz chuvas mais intensas para a Região Centro-Oeste e pouca chuva para o Sul, o que pode afetar as lavouras.

Clima

Ao comentar a passagem de um ano com colheita recorde para outro com recuo na safra, o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, aponta a influência de fatores climáticos. "Em 2025, tivemos um clima que favoreceu muito o desenvolvimento", disse.

Volume

Apesar de menor volume de produção, o IBGE aponta que a área a ser colhida deve ser maior em 2026. São estimados 81,5 milhões de hectares, quase o tamanho do Mato Grosso, expansão de 1,1% na comparação com 2025, segundo o levantamento.