A Confederação Nacional da Indústria (CNI), critica o manutenção dos juros em 15%: "O nível elevado de juros sufoca a atividade econômica e isola o Brasil no cenário internacional, onde a maioria dos países já iniciou ciclos de redução". Em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que a continuidade de uma política monetária "excessivamente contracionista" é prejudicial ao país.
Ainda de acordo com a CNI, os juros altos fream investimentos e encarece o consumo. Segundo pesquisa da confederação, 80% das empresas industriais apontam os juros como o principal obstáculo ao crédito de curto prazo, enquanto 71% consideram a taxa o maior entrave ao financiamento de longo prazo.
A taxa alta também gerou críticas do setor de supermercados. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), o Brasil está na contramão do restante do planeta, que reduz juros.
"Temos hoje a segunda maior taxa real de juros do mundo, prejudicando os investimentos, o consumo das famílias e perpetuando os entraves estruturais ao desenvolvimento", destacou o economista-chefe da entidade, Felipe Queiroz.
O setor da construção civil também demonstrou preocupação. Em comunicado, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, afirmou que uma Selic elevada por longo período encarece o crédito imobiliário e inibe novos projetos.
"A construção é um dos setores mais sensíveis ao custo do crédito e à confiança do consumidor. Uma Selic de 15% torna muitos empreendimentos inviáveis", avaliou.