Por Martha Imenes
O governo federal pretende recuperar o impacto financeiro da Medida Provisória (MP) 1.303, rejeitada pelo Congresso, por meio de novos projetos de lei que devem gerar os mesmos R$ 31,75 bilhões previstos originalmente para o Orçamento de 2026. A informação foi confirmada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, durante evento sobre Direito Constitucional promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
Segundo Durigan, as propostas serão reapresentadas em forma de dois projetos de lei: um voltado ao aumento de receitas e outro à redução de benefícios fiscais e de gastos. Ele explicou que os textos poderão ser apensados a projetos já em tramitação no Congresso Nacional.
A MP 1.303 previa R$ 20,87 bilhões em receitas e R$ 10,69 bilhões em economia de despesas. Com a rejeição da medida, o governo busca alternativas legislativas para assegurar o cumprimento da meta fiscal e o fechamento do Orçamento de 2026.
Durigan destacou a urgência da aprovação das propostas ainda em 2025, citando o princípio da anualidade, que determina que alterações tributárias só podem entrar em vigor no exercício seguinte à sanção. "Precisa ser aprovado este ano. Não só por isso [anualidade], como para constar da lei orçamentária, que tem que ser aprovada até o fim do ano", afirmou.
Déficit zero
Durigan reforçou que, mesmo sem a MP 1.303 em vigor, o governo mantém a meta de déficit zero para 2025. Ele também afirmou que o governo busca alternativas para preservar a credibilidade das contas públicas.
"Quando a gente não tem mais no mundo a MP 1.303, a gente tem que olhar para as substituições, até para conseguir dar condições para o Congresso aprovar a lei orçamentária nas condições que a gente apresentou, com um único sentido: retomar a credibilidade das contas públicas e melhorar o cenário fiscal do país", concluiu.