Por: Martha Imenes

País deixou de arrecadar cerca de R$ 28 bi em impostos com bebidas falsificadas

Bebidas alcoólicas podem ter código de rastreamento para evitar falsificação | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Brasil deixou de arrecadar aproximadamente R$ 28 bilhões em impostos por conta da falsificação de bebidas, aponta um levantamento da Euromonitor International para a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD). E no meio de uma crise de mistura de metanol nos destilados, resultando em mortes, não só o governo, mas consumidores devem ter atenção multiplicada. 

Os destilados falsificados correspondem a cerca de 28% do mercado nacional, incluindo bebidas como vodca, uísque, cachaça, tequila, rum, gin e conhaque. Já no segmento de fermentados, 9,7% do mercado é composto por produtos ilícitos, o que representa 81,5 milhões de litros, incluindo vinhos e espumantes.

Além da perda fiscal, produtos adulterados trazem, principalmente, riscos à saúde e à segurança dos consumidores, pois substâncias inadequadas são utilizadas na tentativa de replicar características originais.

"A falsificação atinge principalmente as bebidas de maior valor agregado. Na maioria das vezes, os falsificadores reproduzem seus rótulos de forma idêntica para confundir os consumidores, por serem os itens mais fáceis de burlar", explica Ramon Grasselli, gerente comercial da Soma Solution, fornecedora de equipamentos de codificação industrial, inspeção e automação.

Segundo ele, para combater a pirataria, fabricantes da cadeia de bebidas têm investido em tecnologias que reforçam a rastreabilidade e agregam diferenciais às embalagens. "Produtores têm adotado técnicas que vão além dos rótulos, tornando cada item único. No caso dos vinhos e espumantes, por exemplo, já é possível gravar nomes e códigos de rastreabilidade diretamente no vidro e até mesmo nas rolhas", explica.

Além de vidros, os produtos de alta densidade como metais, plásticos e embalagens metalizadas também podem receber codificação diretamente, dificultando a falsificação nos setores alimentício, farmacêutico, cosmético, automotivo, eletrônico e de cabos/fios.