O Banco Central prepara o lançamento do Drex, a moeda digital brasileira, que promete revolucionar a forma como cidadãos e empresas lidam com dinheiro. Mas, para além da tecnologia, a grande questão é: como o mercado vai se adaptar a essa nova realidade?
Para Breno Andrade, fundador da Caramelou, plataforma de pagamentos que já possibilita a micro e pequenas empresas receberem via Pix e cartão de crédito em D+1, o segredo está na preparação.
“O Drex vai acelerar ainda mais a digitalização financeira. As empresas que não se adaptarem correm o risco de perder competitividade. Por isso, trabalhamos em soluções que já nascem integradas com esse movimento”, afirma Andrade.
A tecnologia, que ainda está em fase de testes, deve entrar em operação de forma gradual nos próximos anos. Para especialistas, o impacto será comparável ao que o Pix provocou em 2020. Mas, desta vez, o alcance será ainda maior: o Drex promete permitir transações automatizadas, com custos menores, liquidez em tempo real e integração com sistemas digitais de gestão.
“Estamos falando de uma transformação que vai além da transferência de valores. O Drex traz a lógica dos contratos inteligentes, ou seja, acordos que se executam automaticamente, sem intermediários. Isso abre espaço para novos modelos de negócio e acelera a digitalização financeira no país”, explica Breno.
A visão do mercado: quem sair na frente vai ditar as regras
Com a experiência de trabalhar no que chama de “arqueologia de oportunidades”, Andrade defende que as empresas precisam se antecipar para não ficarem defasadas.
“Assim como aconteceu com o Pix, quem subestimou a inovação perdeu mercado. O Drex vai provocar uma mudança ainda maior, porque não é apenas uma forma de pagar: é uma infraestrutura para criar soluções financeiras. As empresas que não se adaptarem vão enfrentar um cenário hostil nos próximos anos”, afirma.
Na prática, o Drex pode beneficiar desde grandes corporações até pequenos empreendedores. Para negócios digitais, especialmente SaaS e micro-SaaS, o potencial é gigantesco.
“Imagine uma plataforma de assinaturas que recebe pagamentos instantaneamente em Drex, sem depender de intermediários bancários e já com liquidação garantida. Isso aumenta a previsibilidade de receita e reduz a burocracia. Na Caramelou, estamos desenvolvendo soluções que se conectam diretamente a essa realidade”, diz Andrade.
“Nosso papel é ser ponte para esse futuro. Hoje, permitimos que o cliente receba no dia seguinte de forma simples. Com o Drex, a liquidez pode ser ainda mais acelerada, chegando praticamente em tempo real. Isso muda completamente a forma como se gere um negócio digital”, avalia.
O impacto esperado
O Banco Central tem enfatizado que o Drex será integrado ao ecossistema financeiro atual, incluindo Pix, cartões e instituições reguladas. Para o consumidor, a promessa é de mais praticidade; para o empresário, de mais eficiência.
Especialistas indicam que setores como varejo digital, e-commerce, fintechs e prestadores de serviço online serão os primeiros a adotar o modelo em escala. Andrade reforça que a mudança não será imediata, mas gradativa:
“As empresas terão tempo para se adaptar, mas quem esperar demais pode perder o timing. O Drex será um divisor de águas. A questão não é se ele vai se consolidar, mas como cada empresa vai utilizá-lo para ganhar competitividade”, ressalta Breno.
O futuro em construção
Embora ainda não exista uma data oficial para a adoção plena do Drex, o consenso é que sua chegada vai redefinir as engrenagens do sistema financeiro brasileiro. Para os empreendedores digitais, o momento é de preparação, e não de espera.
“Quando falamos de inovação, o tempo é um recurso escasso. Quem se antecipa, cria espaço; quem espera demais, perde espaço. O Drex não é uma possibilidade, é uma inevitabilidade”, destaca Breno Andrade.
Na visão do fundador da Caramelou, o desafio das empresas será enxergar o Drex não apenas como um meio de pagamento, mas como plataforma para novos modelos de negócios.
“O dinheiro digital programável vai abrir portas que ainda nem imaginamos. Assim como o Pix parecia só uma forma de transferir valores, mas hoje movimenta bilhões por dia, o Drex vai ser a base de uma nova economia. Cabe a nós decidir se seremos protagonistas ou espectadores dessa mudança”, conclui.