A solução para quem recebeu aquela mensagem de algum "amigo" ou "parente" pedindo dinheiro para sair do sufoco ou cobrir alguma emergência e enviou o dinheiro de boa-fé, está com os dias contados. Entrou em operação o botão de contestação de transações do Pix, com a finalidade de facilitar a devolução de valores para as vítimas de fraude, golpe e coerção.
O nome do botão é chique: Mecanismo Especial de Devolução (MED) e pode ser acionado pelo aplicativo da instituição financeira que o usuário tem conta. Ou seja, ele é 100% digital, sem a necessidade de interação com a central de atendimento pessoal da instituição. No Banco do Brasil, por exemplo, ele está disponível na área de Pix e é de fácil identificação.
De acordo com o Banco Central, ao contestar a transação, a informação é instantaneamente repassada para o banco do golpista, que deverá bloquear os recursos em sua conta, caso existam, inclusive valores parciais.
Prazos
Depois do bloqueio, ambos os bancos têm até sete dias para analisar a contestação. Caso concordem que se trata realmente de um golpe, a devolução é efetuada diretamente para a conta da vítima. O prazo para essa devolução é de até 11 dias após a contestação.
O botão de contestação não se aplica a casos de desacordos comerciais, arrependimento e erros no envio do Pix (como erro de digitação de chave) ou que envolvam terceiros de boa-fé, por exemplo. O BC ressalta que ele é específico para fraude, golpe e coerção.
Para os consumidores, a medida significa mais rapidez e praticidade: a contestação pode ser feita de forma 100% digital, sem precisar falar com atendentes. Isso aumenta as chances de recuperação dos valores, já que o bloqueio da conta do golpista acontece em tempo quase real.
Segundo Alex Hoffmann, CEO e cofundador da fitech, a contestação de forma digital, por meio de botão em aplicativo, é algo que já existia em muitos bancos.
"A novidade com a resolução 493 foi obrigar todos os bancos a oferecer esse canal, padronizando o processo. Antes, algumas instituições só recebiam contestações por telefone, o que tornava o bloqueio mais lento e reduzia as chances de êxito para as vítimas", avalia.