Por: Eline Sandes - BSB

Prévia da inflação, IPCA-15 recua 0,14% em agosto

Setor de alimentação puxou queda no IPCA-15 de agosto | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (26) que o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, caiu 0,14% em agosto, após apresentar alta de 0,33% em julho - em agosto de 2024, o IPCA-15 foi de 0,19%. 

Este é o primeiro recuo do IPCA-15 desde julho de 2023. É também o menor desde setembro de 2022, quando ficou em 0,37%.

Apesar do recuo, o índice de agosto está acima da mediana das projeções do mercado, que apontava para deflação de 0,19%. 

O IPCA mede a variação de preços de produtos desde o dia 16 do mês anterior até o dia 15 do mês de referência. O índice mostra antecipadamente a tendência da variação de preços na economia e indica o resultado do IPCA, fechado no fim do mês.

Queda em habitação, alimentos e transportes 

O índice do IPCA-15 de agosto foi puxado principalmente pelos setores de maior peso: houve quedas nos preços de habitação (-1,13%), alimentação e bebidas (-0,53%), e transportes (-0,47%). Em 2025, o índice acumula alta de 3,26%. Nos últimos 12 meses, o acúmulo foi de 4,95%, abaixo dos 5,30% registrados até julho.

O setor de habitação teve a maior contribuição negativa, devido à queda de 4,93% na energia elétrica residencial. Apesar da cobrança extra da bandeira tarifária vermelha no patamar 2, o bônus de Itaipu e reduções tarifárias em capitais como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro pressionaram os preços para baixo.

Na alimentação, o recuo foi o mais intenso: enquanto a alimentação domiciliar caiu 1,02%, com destaque para a queda de alimentos como manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%), a alimentação fora do domicílio subiu 0,71%. As altas foram de 1,44% em lanches e 0,40% em refeições.

Em transportes, as principais quedas foram registradas nos preços da gasolina (-1,14%), automóvel novo (-1,32%) e passagens aéreas (-2,59%). Também caíram os preços do etanol (-1,98%), diesel (-0,20%) e gás veicular (-0,25%). Além disso, refletiram-se no resultado a gratuidade concedida aos domingos e feriados no metrô (0,19%) em Brasília (2,80%), e no ônibus urbano (0,49%), em Brasília (2,80%) e Belém (6,68%), além da redução de tarifa aos domingos e feriados em Curitiba (2,94%).

Além dos setores de maior peso, o setor de comunicação também registrou queda, diminuindo em 0,17%.