Por: Martha Imenes

Batata e cebola estão mais baratas. Valor caiu até 31%

Preço da batata está mais em conta nas Ceasas pesquisadas pela Conab | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A tendência de queda no preço dos alimentos, em especial legumes, frutas e tubérculos, de junho se manteve no mês passado. Dois itens queridinhos do prato da população brasileira apresentaram queda: batata com 31,61% e cebola, 25,57%. Os preços caíram nas principais Centrais de Abastecimentos (Ceasas) do país, mostra o 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No caso das batatas, a queda ocorre pelo segundo mês seguido nos principais mercados atacadistas. A redução chegou a 31,61% na média ponderada nos 11 mercados atacadistas analisados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Segundo a Conab, os menores preços se explicam pela oferta abundante do produto nos mercados em todo país.

"A maior quantidade da cebola no mercado também influenciou nos menores preços. As cotações na média ponderada de julho ficaram 25,57% abaixo do valor praticado em junho. Se compararmos com o mesmo período de 2024, os preços estão quase 60% abaixo dos registrados no ano anterior", detalhou o levantamento.

Já a variação de preços do tomate e da cenoura não foi uniforme nas centrais analisadas.

No caso do tomate, a Ceasa no Paraná registrou queda de 16,68%, enquanto que em Santa Catarina foi verificada alta de 4,68%. Ainda assim, a Conab verificou uma queda de 5,68% na média ponderada de preços, informou a Conab.

Já a alface teve média ponderada de preços e apresentou aumento de 9,93%, sendo observada a maior elevação registrada na Ceasa no Paraná.

"No entanto, esse comportamento de alta não foi unânime. Como a produção da folhosa tende a ser próxima aos centros consumidores, cada mercado atacadista reage de acordo com a intensidade de oferta, qualidade e demanda", informou a companhia.

Em junho, balanço da Associação Paulista de Supermercados (Apas) mostrou queda em: cenoura (-17,62%), beterraba (-17,11%), chuchu (-12,69%) e mandioca (-5,96%). Nos tubérculos, os principais recuos ficaram para a batata (-11,07%), cebola (-5,09%) e alho (-1,59%).

 

Como economizar no hortifrúti

Economizar na compra de hortifruti é possível com algumas estratégias bem simples. Em agosto as frutas da estação que podem ser encontradas com valor mais em conta são: abacate, banana-nanica, carambola, caju, kiwi, laranja-pera, maracujá, maçã, mamão, morango, mexerica e pera.

O Correio separou dicas práticas para manter a alimentação saudável sem pesar no orçamento doméstico.

Confira

1. Compre alimentos da estação

- Frutas, legumes e verduras da época são mais baratos e frescos.

- Exemplo: kiwi, abacate, maçã, mandioca e espinafre costumam ter preços melhores.

2. Faça uma lista antes de ir às compras

- Evite levar algum produto por impulso e desperdício.

- Planeje o cardápio da semana com base no que já tem em casa.

3. Compare preços em diferentes locais

- Visite feiras livres, sacolões e supermercados.

- Fique de olho em dias promocionais como a "Quinta do Horti" em alguns mercados.

4. Evite produtos já cortados ou embalados

- Alimentos in natura são mais baratos e duram mais.

- Além disso, você reduz o uso de embalagens plásticas.

5. Armazene corretamente

- Lave e seque bem folhas antes de guardar.

- Frutas maduras podem ser congeladas para uso posterior em sucos ou sobremesas.

6. Monte cardápios flexíveis

- Troque ingredientes da alimentação conforme as promoções da semana.

- Isso permite aproveitar melhor os preços e evitar desperdícios.

Laranja apresentou queda média de 9,8%

A laranja apresentou queda de 9,8% na média ponderada das cotações observadas pela Conab. A redução se deve à menor demanda devido ao período das férias escolares, da concorrência com a mexerica poncã e do clima mais frio.

"Cenário semelhante foi verificado para a maçã. As temperaturas mais baixas e o recesso dos estudantes também impactaram nos preços de comercialização da maçã, que apresentaram uma ligeira redução de 1,92% na média ponderada", informou a Conab.

A melancia teve queda de demanda por conta do clima mais frio, apesar do aumento da produção em Goiás e no Tocantins. Houve alta de 3,92% na média ponderada dos valores de comercialização desse produto.

Banana e mamão também tiveram alta. No caso da média ponderada dos preços nas centrais para a banana, a alta ficou em 10,48%, devido à menor oferta da variedade nanica, que, segundo o boletim, apresentou "redução no volume de envio do produto a partir das principais regiões produtoras, situação comum no inverno".

O aumento do mamão chegou a 21,65% na média ponderada. Alta que se deve às condições climáticas, segundo o levantamento.

"Se por um lado as baixas temperaturas influenciam em uma menor demanda, por outro o clima frio também impacta em uma menor oferta do produto", justificou a companhia de abastecimento.